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João Paulo Cuenca chamou a atenção na Feira de Frankfurt com “Descobri Que Estava Morto”. | Rafael Andrade/Wikimedia Commons
João Paulo Cuenca chamou a atenção na Feira de Frankfurt com “Descobri Que Estava Morto”.| Foto: Rafael Andrade/Wikimedia Commons

Para a agente literária alemã Nicole Witt, que intermedeia a venda de autores brasileiros no exterior, a literatura latino-americana “não está muito na moda” no momento.

Segundo ela, pelo fato de o Brasil ter sido destaque na Feira de Livros de Frankfurt em 2013 e no Salão de Paris deste ano, criou-se a expectativa de que o interesse pela literatura do país permanecesse grande. Mas não foi o que aconteceu.

“Houve uma saturação da literatura brasileira no exterior”, disse Witt, durante a Feira de Livros de Frankfurt, encerrada neste domingo (18), após receber 275 mil visitantes. O Brasil participou do evento com 36 editoras, cinco a menos do que em 2014.

Em contrapartida, acrescentou a alemã, autores espanhóis e africanos de língua portuguesa despertaram muito interesse em Frankfurt. Ela citou Manuel Rivas (Espanha) e Mia Couto (Moçambique) como exemplos.

A agente acredita que as Olimpíadas no próximo ano poderão fazer com que o Brasil volte a se tornar mais visível. Livros que tenham o Rio de Janeiro como pano de fundo, afirmou, ajudariam a despertar o interesse. É o caso do romance “Descobri que Estava Morto”, do autor carioca João Paulo Cuenca, que segundo a agente chamou a atenção de vários editores estrangeiros.

Na opinião de Witt, para o Brasil voltar a se destacar, é importante que o governo brasileiro não corte o fomento às traduções. “Também os editores estrangeiros, inclusive os alemães, precisam de ajuda.”

Witt é proprietária da Agência Literária Mertin, que há 30 anos divulga as literaturas de língua portuguesa e espanhola em vários países. Ela recebeu, em abril passado, o Prêmio de Agente Internacional do Ano, concedido pela Feira de Livros de Londres e a Associação de Editores da Grã-Bretanha.

No último dia da Feira em Frankfurt, o evento abriu suas portas para centenas de refugiados que buscam asilo na Alemanha. Divididos em grupos, eles visitaram, no pavilhão alemão, editoras de livros para o ensino de línguas estrangeiras (na Klett Verlag, ganharam de presente dicionários ilustrados) e o estande da Litcam, uma entidade que busca incentivar a educação de crianças e jovens na Alemanha, sobretudo filhos de imigrantes.

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