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Nelson Pereira dos Santos foi eleito o novo imortal da Academia Brasileira de Letras na tarde desta quinta-feira (9) no Rio de Janeiro. Ele, que foi um dos precursores do Cinema Novo, é o primeiro cineasta a ocupar uma vaga na ABL. Com mais de 20 filmes no currículo, como "Memórias do cárcere" e "Vidas secas", Nelson foi escolhido por 27 dos 38 acadêmicos. Ele vai ocupar a cadeira número sete, antes ocupada pelo embaixador Sérgio Corrêa da Costa.

Aos 77 anos, o paulista ainda não sabe definir a sensação de fazer parte do seleto grupo de intelectuais das mais diversas áreas do Brasil.

- É diferente de tudo, ainda tenho que me acostumar um pouco com essa nova forma de viver - disse ele em entrevista à emissora de TV Globonews.

Coincidência ou não, Pereira dos Santos vai ocupar a cadeira cujo patrono é o poeta Castro Alves. Ou seja, o diretor, que nos anos 90 esteve à frente do filme "Guerra e liberdade - Castro Alves em São Paulo", acredita que contou com a benção do baiano para ser eleito.

- Quando me candidatei, não sabia que estaria concorrendo para ficar com a cadeira do Castro Alves. Agora que contei com a proteção do poeta, posso adiantar que estou devendo um filme para ele. Caso ainda tenha condições, vou fazer esse trabalho - afirmou.

Sobre o fato de ser o primeiro a ocupar uma cadeira como representante do cinema, Nelson foi categórico. Para ele, a ABL percebeu a importância da sétima arte e a sua contribuição para a cultura brasileira.

- O Cinema Novo é o cinema brasileiro, e esse é um espaço que a Academia abriu em reconhecimento ao trabalho que o cinema como um todo faz para o nosso país.

Mesmo atordoado por causa da novidade, o diretor revelou também que vai fazer o possível para cumprir à risca a agenda de um acadêmico. Isso inclui até o famoso chá da quinta-feira.

- É um privilégio ter a oportunidade de conviver com pessoas tão importantes, inteligentes e sábias. Estou em ótima companhia - comemorou ele, que no dia 28 de abril volta aos cinemas com o longa-metragem "Brasília 18%".

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