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Para trazer a primeira individual do chinês Ai Wei Wei ao Brasil, diretor do MIS-SP foi à Suíça convencer galeristas | Divulgação
Para trazer a primeira individual do chinês Ai Wei Wei ao Brasil, diretor do MIS-SP foi à Suíça convencer galeristas| Foto: Divulgação

Trabalhos de fotógrafo paranaense estão em cartaz no MIS-SP

O paranaense Luiz Maximiano está em cartaz no MIS-SP com a mostra Paquistão – Um País, Diversas Guerras.

Leia matéria completa

  • Green Sunset: e-music e arte
  • Objetos de Kubrick: em outubro
  • O determinado André Sturm
  • Cinematographo: filmes e bandas

Quando assumiu a direção do Museu da Imagem e do Som de São Paulo em 2011, o gaúcho André Sturm, que começou a carreira como programador de cineclube – dirigiu o Cine Belas Artes e hoje está à frente também da distribuidora Pandora Filmes –, recebeu a missão de ampliar o público. Muito relevante na capital paulista durante as décadas de 1980 e 1990, o MIS-SP andava um tanto apagado no cenário de artes visuais. Sturm não só retomou essa vanguarda como o transformou em um verdadeiro espaço cultural, com megaexposições e projetos de música, cinema e até balada eletrônica (confira quadro nesta página). O resultado está nos números: de 2011 para 2012, a visitação aumentou 113%, saltando de 86.250 para 184.205 visitantes ao ano.

Somente em 2013, exposições como a do artista chinês Ai Wei Wei estiveram no MIS (foi a primeira individual dele no Brasil), além de uma mostra sobre a história do videoclipe, que trazia, entre os objetos, a caixinha de leite em tamanho gigante do clipe "Coffee and TV", da banda inglesa Blur. Em outubro, o museu recebe­rá Stanley Kubrick, com objetos utilizados em filmes do cineasta, projeto "querido" de Sturm. "Antes de assumir o MIS soube dessa mostra, e decidi que traria. Desde o meu primeiro dia aqui fui atrás, e a negociação demorou mais ou menos dez meses. Era o meu sonho trazê-la para cá", conta.

O diretor do museu, que estudou na Fundação Getúlio Vargas, começou a trabalhar em um banco e brinca que seria muito mais rico se seguisse na carreira, acabou enveredando para as áreas de cinema e artes, que o movem a realizar projetos ousados. Sturm não mede esforços para trazer mostras de qualidade e que atraiam o público. No caso de Ai Wei Wei, considerado o artista mais influente do mundo em 2011-2012 pela revista Art Review, o diretor pegou um avião e passou dois dias convencendo galeristas da Suíça. "Tivemos um público dos 15 aos 80 anos nessa exposição. E isso me deixa muito feliz", diz.

Bowie

Sucesso estrondoso em Londres, a exposição David Bowie Is, uma ampla retrospectiva sobre o camaleão do rock, em cartaz até agosto no Museu Victoria and Albert, será inaugurada em janeiro de 2014 no MIS-SP – primeiro museu do mundo a receber a mostra depois do da capital inglesa. O negócio foi fechado entre Sturm e o Victoria and Albert muito antes de a exposição se tornar um fenômeno. Em 2011, a vice-diretora do museu londrino esteve em São Paulo e visitou Sturm para conversar sobre outra mostra, de figurinos de Hollywood. "Mas o custo era proibitivo, era tão alto que se tornava inviável", diz. "Então ela perguntou se eu gostava de David Bowie, e falou um pouco do que pretendiam, mas sem grandes expectativas. Topei na hora, e mandava e-mail para ela todo o mês. Em abril de 2012 fechamos, e a exposição se tornou o maior sucesso do Victoria and Albert."

Gestão

O MIS-SP é gerenciado hoje pela Organização Social de Cultura Paço das Artes, parceria público-privada entre a organização e a Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo, e tem um repasse de R$ 9 milhões anuais do governo; menor que o dos anos anteriores, de R$ 12 milhões (o redesenho da instituição cortou 25% do orçamento). Para enxugar custos, foram eliminados cargos de coordenadorias, além de redução nos serviços de segurança e limpeza, além de administração unificada para o MIS e o Paço das Artes.

Além da captação de recursos por leis de incentivo, o museu conseguiu, pela movimentação intensa, gerar uma receita significativa: este ano, já arrecadaram R$ 700 mil. A receita é gerada pela bilheteria (ingressos a R$ 6 e R$ 3), aluguel do auditório para seminários, estacionamento terceirizado e receita da locação de um espaço onde funciona hoje o restaurante Chez MIS.

Projetos

Conheça algumas ações realizadas pelo Museu da Imagem e do Som de São Paulo:

Cinematographo

Faz projeções de filmes mudos sonorizados por músicos, que tocam ao vivo. Em abril, o Cinematographo especial O Mágico de Oz + Pink Floyd Cover, precisou abrir sessões extras, tamanha a procura por ingressos, que custam R$ 10.

Notas Contemporâneas

O programa aproxima o público do MIS a grande nomes da música popular brasileira. Com curadoria de Cleber Papa, o projeto realiza a gravação de um depoimento do artista selecionado no estúdio do MIS, realizado pela historiadora Rosana Caramaschi, e entrevista com a plateia no auditório, conduzida pelo jornalista Cadão Volpato. Ingressos a R$ 4.

Maratona Infantil

Em um domingo por mês, o MIS-SP oferece uma programação com oficinas de arte, contações de histórias, apresentações de artistas de circo, shows e outras diversas atividades voltadas para o publico infantil.

Green Sunset

Festa mensal que acontece aos sábados, a partir das 16 horas, com ingresos a R$ 14 e R$ 7, que une música eletrônica e arte. Em maio, a atração será a DJ Alemã ADA (inédita no país) e, em junho, a festa deve ser comandada pelo músico britânico Carl Barat, ex-vocalista da banda de indie rock Libertines (parte da programação da 17ª edição do Cultura Inglesa Festival).

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