Os jovens brasileiros estão cada vez mais conectados e veem no smartphone a principal porta de entrada para o mundo digital. Segundo pesquisa global divulgada ontem pela Telefónica durante a Futurecom evento dedicado ao mercado de Tecnologia da Informação (TI) e telecomunicações, que ocorre até quinta-feira em São Paulo , 78% dos brasileiros entre 18 e 30 anos dizem possuir um smartphone, porcentual que era de 63% no mesmo estudo do ano passado.
A pesquisa entrevistou por meio da internet 6,7 mil pessoas dessa faixa etária em 18 países, a fim de traçar o retrato dos chamados "millennials" ou geração Y jovens que cresceram junto com o mundo virtual e têm grande familiaridade com dispositivos móveis. Os questionários foram aplicados entre junho e agosto deste ano nos Estados Unidos, Europa Ocidental e América Latina (região que contou com participação de 4,2 mil jovens).
Segundo o levantamento, o uso dos tablets quase dobrou entre os jovens brasileiros no último ano 42% afirmaram possuir o aparelho, enquanto em 2013 o porcentual era de 24%. O uso de notebooks e desktops também aumentou, embora num ritmo mais lento: de 57% para 69% no caso dos notebooks e de 61% para 62% no caso dos desktops.
O celular é usado pelos "millennials" brasileiros principalmente para acessar redes sociais (68% citaram esse uso), ler notícias (60%), fazer ligação telefônica (57%) e enviar mensagens de texto (56%).
Ensino
Além de mostrar a familiaridade dos jovens com os dispositivos móveis, a pesquisa da Telefónica também discutiu temas como empreendedorismo, qualidade de vida e educação.
Em relação ao sistema educacional, 75% dos "millennials" brasileiros disseram estar insatisfeitos com o sistema de ensino, porcentual que é de 57% na América Latina EUA, 41% na Europa Ocidental e 39% nos Estados Unidos. Para os jovens do Brasil, a melhoria da infraestrutura da rede de ensino é o principal ponto que deve ser buscado pelo poder público 70% se referiram a esse gargalo.
Para a diretora presidente da Fundação Telefônica Vivo, Gabriela Bighetti, a grande familiariedade do jovem brasileiro com a internet e dispositivos móveis reforça a percepção de que o atual sistema educacional é antiquado e não corresponde às expectativas dos alunos, já que os livros, o quadro negro e a voz do professor ainda são os principais senão únicos instrumentos de ensino nas escolas ou faculdades. "A média de idade dos professores brasileiros é de 35 anos. Então são pessoas, que, em tese, já têm um contato próximo com a tecnologia. Mas o problema é que há um sistema quase proibindo que essa tecnologia entre na sala de aula", diz.
O repórter viajou a convite do evento.
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