Há meses a Volkswagen está imersa em uma briga de poder que teve no último fim de semana um encerramento dramático. No sábado, após perder apoio, o presidente do conselho de supervisão da empresa, Ferdinand Piëch, pediu demissão de seu cargo. Ele vinha publicamente fazendo campanha para destituir o atual diretor-presidente da companhia, Martin Winterkorn,situação que praticamente paralisou a alta gestão da companhia.
Piëch é neto de Ferdinand Porsche, engenheiro que criou o Fusca e o primeiro Porsche, e em 2008 venceu uma disputa familiar que o colocou como presidente das duas empresas, Volks e Porsche. Ele foi responsável por uma virada na história da Volkswagen – após assumi-la, em 1993, Piëch liderou investimentos em inovação que ajudaram a montadora a se transformar na segunda maior do mundo em vendas. Sua atuação, que incluiu a compra de marcas de luxo como Bugatti, no entanto, muitas vezes desagradou o mercado pelo alto custo da estratégia de elevar a Volks de categoria.
A briga entre Piëch e Winterkorn ocorre em um momento em que a montadora enfrenta vendas em queda nos Estados Unidos e na China, e precisa encarar o desafio de cortar custos. Apesar desses problemas, Winterkorn foi capaz de manter o apoio dos trabalhadores da Volks, que têm assento no conselho da companhia, e de Stephan Weil, primeiro-ministro da Baixa Saxônia, estado que também é acionista da empresa. O executivo também foi apoiado por Wolfgang Porsche, primo de Piëch, que se recusou a apoiá-lo.
Os dois primos tinham relações estremecidas desde que Wolfgang Porsche, então presidente da montadora Porsche, tentou comprar a Volks usando uma estratégia de aquisição de ações que chegou a tornar a empresa a mais valiosa do mundo por um dia. A estratégia falhou e Piëch fechou um acordo com o primo para que a Porsche fosse integrada à Volkswagen.
Desta vez, Piëch não conseguiu impor sua vontade de levar um novo executivo para a montadora. Seu substituto será indicado na semana que vem e ele terá o desafio de focar novamente a empresa em levar adiante um plano eficiente para reduzir custos e voltar a crescer nos dois maiores mercados de veículos do mundo, Estados Unidos e China.
-
TSE acelera processo de Moro para julgamento sob comando de Moraes
-
A redenção dos “cancelados”: personalidades como Luciano Hang e Pablo Marçal se destacam na ajuda às vítimas no RS
-
Os juros e o preço da gastança sem fim
-
Levantamento aponta que mais de 300 mil casas foram atingidas pelas inundações no RS
Aposentados de 65 anos ou mais têm isenção extra de IR, mas há “pegadinha” em 2024
Esquerda não gostou de “solução” para o rombo compartilhada por Haddad; o que diz o texto
A “polarização” no Copom e a decisão sobre a taxa de juros
Bolsonaro 5 x 4 Lula: BC se divide sobre juros e indica rumo após saída de Campos Neto
Deixe sua opinião