O acerto das pedaladas fiscais do primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff já custou R$ 15,1 bilhões em 2015 e aprofundou o déficit nas contas do governo federal nos sete primeiros meses do ano. De janeiro a julho, o resultado do chamado Governo Central – que reúne as contas do Tesouro Nacional, INSS e Banco Central – foi deficitário em R$ 9,05 bilhões, o pior para o período em 18 anos.
Em julho, o déficit chegou a R$ 7,2 bilhões, o maior para o mês da história. O rombo no mês passado tornou ainda mais difícil para o governo fechar o ano no azul dentro da meta – já reduzida – de superávit de 0,15% do Produto Interno Bruto (PIB) para o setor público consolidado (que inclui estados e municípios). No mercado financeiro, é dado como certo que o governo registrará déficit pelo segundo ano consecutivo. Em 12 meses, o déficit acumulado é de R$ 43,9 bilhões, 0,77% do PIB.
As pedaladas são os atrasos no pagamento de despesas obrigatórias que estão em julgamento pelo Tribunal de Contas da União (TCU). O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, está sendo pressionado para “despedalar” essas despesas e colocá-las em dia. Na contramão, o governo derrubou em 37% os investimentos, atrasando pagamentos de outras despesas.
“Se há dívida, vamos pagar”, prometeu o secretário do Tesouro, Marcelo Saintive. Ele não considera esses atrasos como novas “pedaladas”. Segundo ele, os atrasos estão “bastante controlados”.
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