O ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga afirmou nesta segunda (2) que o governo deveria injetar recursos próprios na Petrobras.
Em entrevista ao programa “Roda Viva”, da TV Cultura, Armínio disse que o governo resiste em fazer o aporte para não afetar, ainda mais, as estatísticas da dívida pública.
Porém, em sua avaliação, a injeção daria condições para a petroleira trabalhar com mais fôlego. Ele não precisou valores, mas indicou que a Petrobras precisaria entre R$ 50 bilhões e R$ 100 bilhões, a depender de detalhes sobre a composição de sua dívida e a sua geração de caixa.
Segundo ele, a dívida não deveria superar em três ou quatro vezes a geração de caixa da companhia.
“O governo não quer por capital porque afeta estatísticas da dívida, mas pela minha experiência é melhor encarar o problema, redefinindo as regras para o setor”, afirmou.
Arminio se mostrou contrário à ideia de privatizar a estatal, mas defendeu que o governo “pense o setor como um todo”, o que incluiria fixar preços de mercado para o setor de combustíveis.
“Privatizar uma empresa que é quase um monopólio, não é solução. Mas pensaria na estrutura desse setor para gerar mais concorrência”, afirmou.
A Caixa, segundo o economista, embora tenha suas contas menos transparentes, também “é candidata a receber algum capital” do governo federal, dado as dificuldades do banco estatal.
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