A Azul vendeu nesta quinta-feira (25) a primeira passagem da companhia aérea portuguesa TAP, testando um acordo comercial que deve ser iniciado nas próximas semanas. A venda ocorreu apenas um dia depois de o empresário David Neeleman, controlador da Azul, assinar o contrato de compra da antiga companhia aérea estatal, em Lisboa, por meio do consórcio Gateway, que venceu a privatização e tem Neeleman entre os acionistas.
Por enquanto, as passagens estão disponíveis apenas para algumas agências de viagens. Passada a fase de testes, elas serão oferecidas no site da empresa, de acordo com Neeleman. A estratégia do novo dono da TAP para a empresa portuguesa é usar aviões menores para fazer os voos para o Brasil, o que viabilizaria que a empresa voasse para cidades médias.
Assim como pretende fazer com a United, a intenção de Neeleman é conectar a malha da TAP à da Azul e usar os passageiros de uma empresa para encher o voo da outra. Hoje, cerca de 40% dos clientes que viajam na TAP voam na rota entre o Brasil e a Europa. A TAP já atende 12 destinos brasileiros, mas, com o novo avião (o A321) e conexões com a Azul, poderia voar para cidades como Teresina e São Luís, disse Neeleman.
As sinergias entre TAP e Azul também pesaram nas negociações para a compra de aeronaves da Airbus. “Já usamos o volume da Azul para conseguir um preço melhor para as duas empresas”, disse Neeleman, que anunciou na última quarta-feira (24) a compra de 53 aviões da Airbus para renovar a frota da TAP.
Neeleman diz que foi procurado há cinco anos por um representante do governo brasileiro, perguntando se ele teria interesse na compra da TAP. “O governo brasileiro tem interesse na TAP, o BNDES também. Eles têm fontes de recursos que podem ajudar a TAP”, disse. Ele ressaltou, no entanto, que não tem “nada fechado” com o BNDES neste momento.
Questionado sobre de que forma conseguiria obter crédito no BNDES já que a compra da TAP foi feita por meio do consórcio Gateway, com sede em Portugal, Neeleman disse que a ajuda poderia vir “por meio da Azul”. Segundo ele, a empresa pode, no futuro, comprar ações da TAP. “É cedo para afirmar. Mas as duas empresas têm o mesmo pai, então, tudo é possível.”
A legislação europeia limita o capital estrangeiro em empresas aéreas a 49% do capital votante, situação semelhante à do Brasil - por aqui o limite é de 20%. Neeleman detém 49,9% do consórcio Gateway, dono da TAP, e o empresário português Humberto Pedrosa, dono do grupo de transporte Barraqueiro, é dono de fatia de 50,1%.
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