Quem vai ao caixa eletrônico e espera receber só notas novas pode esquecer. Com o orçamento apertado, os planos do Banco Central (BC) de substituir todas as cédulas até a Copa do Mundo não deram certo. E não há novo prazo nem a promessa de recolher as remanescentes da primeira família do real antes dos Jogos Olímpicos de 2016. Há R$ 31 bilhões em cédulas antigas circulando. Só da finada nota de R$ 1, estão na praça 149 milhões.
Das notas antigas, as que mais circulam são as de R$ 2. Segundo a autoridade monetária, já foram recolhidos 50% de todo o estoque das cédulas de R$ 2, o menor índice entre as notas. Das mais valiosas, de R$ 100, apenas 77 milhões ainda circulam: 11% do total. No geral, o BC trocou 73% das notas da primeira família.
No lançamento da segunda família do Real, em julho de 2013, o diretor de Administração do BC, Altamir Lopes, admitiu que o corte de R$ 600 milhões da verba para fabricação de dinheiro naquele ano poderia interferir na substituição das notas. “A substituição ocorre de maneira continua, de forma a manter um suprimento adequado de meio circulante no país”, respondeu o BC, por meio da assessoria. Para o BC, é importante manter o padrão das notas em circulação.
A substituição das cédulas antes dos grandes eventos esportivos era defendida dentro do BC por um motivo: fazer com que turistas se impressionassem com o dinheiro brasileiro. Essa aproximação com os viajantes de fora era o um dos argumentos para o desenho da nova família do real tão parecido com o euro.
O turista terá de esperar. Sem caixa para substituir tudo, o BC recolhe apenas aquelas que não têm condições de circulação. Por isso, não são vistas notas extremamente desgastadas no caixa eletrônico.
Há quatro anos, o BC estuda um destino digno para as notas em pior estado. Foi criado um projeto para reciclagem de resíduos. E testes para transformar dinheiro em adubo, tijolo e até móveis foram feitos. A ideia era eleger uma utilização para o papel-moeda picado. No entanto, é tanto dinheiro literalmente jogado fora que os técnicos do BC já avaliam tocar vários projetos desses paralelamente.
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