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Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.| Foto: Raphael Ribeiro/BCB

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, voltou a defender a autonomia financeira da instituição e mostrou preocupação com a queda no orçamento, a qual pode impactar na operação do Pix.

"Neste ano, nosso orçamento de investimentos foi de R$ 15 milhões, isso é um quinto do que foi há cinco anos. Chegamos ao risco de alguma hora falar 'como é que a gente vai conseguir fazer rodar o Pix?'", disse Campos Neto durante evento em São Paulo nesta segunda-feira (22).

Campos Neto ainda reforçou que paralisações dos funcionários do BC por ajustes salariais e mais contratações já atrasa a implementação da agenda digital da instituição, que inclui avanços no Pix e a criação do Drex, moeda digital ainda em fase de testes. Ele defendeu a autonomia como uma forma de estabelecer contratos com empresas privadas de "gestão dividida".

"Por exemplo, no Drex eu tenho ajuda de várias empresas, da Microsoft, da Parfin, e, para fazer os contratos é muito difícil, porque a máquina pública não programou esse tipo de contrato que precisamos na gestão moderna", disse Campos Neto.

O presidente do BC também criticou a interferência de governos na economia do mundo, após ouvir relatos do mercado, e defendeu a necessidade de encontrar "soluções privadas" para sair da crise.

"Estou falando globalmente e o Brasil também. O problema é que os resgates todos são feitos com dívida e, globalmente falando estamos com menos espaço para isso", disse.

A autonomia do BC vem sendo discutida na PEC 65/2023, apresentada pelo senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO), em novembro do ano passado. O assunto renova o confronto entre o governo do presidente Lula e o BC, já que Lula e o PT não demonstram nenhum apreço pela ideia.

Caso a PEC seja aprovada, o BC passa a ser uma instituição de natureza especial com autonomia técnica, operacional, administrativa, orçamentária e financeira. Isso significa gerir um orçamento anual de R$ 4,14 bilhões, dos quais R$ 3,56 bilhões são referentes a gasto com pessoal e encargos sociais.

Sob o modelo proposto, o banco ficaria livre de subordinação hierárquica ao governo, com supervisão a cargo do Congresso Nacional, ponto de grande contrariedade palaciana.

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