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Um recorte curioso sobre o agitado mês de agosto que há pouco superamos, pela ótica agora dos investimentos: a aplicação de maior rentabilidade no período foi um título do Tesouro corrigido pela inflação, com vencimento em 2050. Valorizou-se em 5,48%. A título de comparação, o índice Ibovespa, o principal medidor do desempenho das ações no país, subiu 1,03% – e todos estão comemorando um dos melhores períodos para a bolsa nos últimos três anos.

O que há de curioso nisso? É que, em geral, os títulos de longo prazo não costumam ser muito populares. Há alguma razão para isso – daqui até 2050 virão quase 34 anos. Se nós olharmos para o passado, há 34 anos, o presidente brasileiro era um general eleito de forma indireta e a moeda brasileira era o cruzeiro (mudaria cinco vezes para chegar ao nosso realzinho). Nosso país muda rapidamente, então que loucuras podem acontecer nos próximos 34?

A repentina popularidade dos títulos de longuíssimo prazo deve-se a uma onda de otimismo, imagina-se que em consequência da expectativa em relação à mudança de governo. Um movimento pouco racional. É difícil, na verdade, encontrar gente com os pés no chão em meio a tanto palpite.

Os analistas estão observando que as perspectivas para os as ações de empresas estatais, como Petrobras e Eletrobras, têm boas perspectivas. A ideia por trás disso é que a nova administração tratará essas companhias pela perspectiva do mercado, com um garrote menos apertado sobre os lucros. Algo que, convenhamos, o governo petista fez.

A ver. Há muito ainda a investigar no caso da Petrobras, inclusive em relação à participação de personagens ligados à nova administração. Será prudente esquecer que o presidente do PMDB de Temer, Romero Jucá, efêmero ministro quando o gabinete ainda era provisório, foi acusado de tramar o apagamento da Operação Lava Jato?

Em tempos como os atuais, o longo prazo exige muito cuidado e balanceamento.

Cá entre nós…

… será que o atual governo acha mesmo que vai conseguir aprovar a idade mínima de 65 para aposentadoria? Confiará Temer na sua base parlamentar, esquecendo-se que ela poderá traí-lo da mesma forma que traiu o PT? Será que não colocou em prática rápido demais uma agenda que parece ter sido elaborada no prédio da Fiesp?

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