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O dólar fechou em alta de mais de 1% ante o real nesta sexta-feira (3), reagindo à sinalização de que o Banco Central quer reduzir a intervenção no câmbio e com investidores comprando divisas para se protegerem antes do referendo da Grécia no fim de semana.

A moeda norte-americana avançou 1,40%, a R$ 3,1393 na venda, em um movimento ampliado pela liquidez baixa decorrente do feriado do Dia da Independência, nos Estados Unidos, que manteve os mercados locais fechados. Na semana, o dólar acumulou alta de 0,35%.

O BC reduziu nesta sessão a oferta de swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares, no leilão de rolagem dos contratos que vencem em agosto. Pela, a autoridade monetária vendeu a oferta total de até 6 mil contratos, menos do que os 7,1 mil que vendeu em cada um dos dois pregões do mês.

“Com a recente queda da moeda abaixo dos R$ 3,10, o BC se sente seguro para adotar tal medida”, escreveu o operador da corretora Correparti, em nota a clientes, Ricardo Gomes da Silva.

Com isso, o BC rolou o equivalente a US$ 988 milhões ao todo, ou 9% do lote de agosto, que corresponde a US$ 10,675 bilhões.

Mantendo a oferta de até 6 mil contratos por dia até o penúltimo dia útil do mês, como faz de praxe, o BC rolará o equivalente a US$ 6,396 bilhões ao todo, ou cerca de 60% do lote total. Se continuasse com as ofertas anteriores, a rolagem seria de 70%, como a do mês anterior.

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O mercado já trabalhava com a possibilidade de o BC aproveitar janelas para reduzir o estoque de swaps cambiais, que atualmente equivale a cerca de US$ 115 bilhões. Segundo operadores, a percepção é que a autoridade monetária está disposta a tolerar um dólar mais forte para incentivar a atividade econômica via exportações enquanto eleva os juros básicos para combater a inflação.

Grécia

Na cena externa, investidores monitoraram os desdobramentos da crise envolvendo a dívida da Grécia. No fim de semana, a população grega votará em referendo sobre o acordo de resgate oferecido pelos credores internacionais a Atenas, pleito que pode definir o futuro do país na zona do euro.

“O mercado está se preparando para um resultado negativo e não quer ser pego no contrapé, então prefere ser mais defensivo hoje”, explicou o operador de uma corretora internacional, sob condição de anonimato.

Nesta sexta-feira, o primeiro-ministro Alexis Tsipras rejeitou os alertas europeus de que o país estará decidindo sobre o futuro na zona do euro no referendo, dizendo que as negociações continuariam por um acordo melhor com credores internacionais após o voto.

O movimento desta sessão no câmbio foi turbinado pela liquidez mais reduzida, refletida principalmente no mercado futuro.

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