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Na máxima do dia, o dólar chegou a R$ 3,4885, com alta de quase 1%, mas o movimento perdeu fôlego na reta final da sessão | Fernanda Carvalho/Fotos Públicas
Na máxima do dia, o dólar chegou a R$ 3,4885, com alta de quase 1%, mas o movimento perdeu fôlego na reta final da sessão| Foto: Fernanda Carvalho/Fotos Públicas

O dólar avançou ante o real pela quarta sessão consecutiva nesta terça-feira (4), chegando a aproximar-se de R$ 3,49, reagindo a preocupações com o quadro político e econômico no Brasil e expectativas de alta dos juros nos Estados Unidos no mês que vem.

A moeda norte-americana subiu 0,28%, a R$ 3,4642 na venda, renovando a máxima de 20 de março de 2003 e acumulando valorização de 4,05% em quatro sessões.

Na máxima do dia, chegou a R$ 3,4885, com alta de quase 1%, mas o movimento perdeu fôlego na reta final da sessão com investidores aproveitando a forte valorização recente para vender a moeda.

“A cautela continua dominando o ambiente do câmbio interno”, escreveu o operador da corretora Correparti Jefferson Luiz Rugik em nota a clientes.

Na véspera, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu foi preso como parte de nova fase da Operação Lava Jato, que investiga escândalo bilionário de corrupção no Brasil. Investidores temem que golpes à credibilidade do país afastem capitais do mercado local e dificultem a aprovação de importantes medidas no Congresso Nacional.

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Juros nos EUA

Ao pessimismo interno somou-se a expectativa de alta de juros nos Estados Unidos em setembro após as declarações do presidente do Federal Reserve de Atlanta, Dennis Lockhart, de que teria de sofrer “uma deterioração significativa” para ele não apoiar uma alta das taxas em setembro, conforme informado pelo Wall Street Journal à tarde.

“(Lockhart) foi mais assertivo do que qualquer um esperava”, disse o economista da 4Cast Pedro Tuesta.

Juros mais altos nos EUA – promovidos pelo Fed, banco central norte-americano – podem atrair para a maior economia do mundo recursos aplicados em outros países, como o Brasil. Nesse contexto, o dólar passou a subir em relação a uma cesta de moedas.

Mais cedo, a moeda dos EUA chegou a recuar no exterior e no Brasil, atingindo R$ 3,4297, com investidores comprando ativos de maior risco diante de nova alta da bolsa da China.

Swaps

Nesta manhã, o Banco Central brasileiro deu continuidade à rolagem dos contratos que vencem em setembro, vendendo a oferta total de até 6 mil contratos, que equivalem a venda futura de dólares.

Ao todo, a autoridade monetária rolou o correspondente a US$ 582,9 milhões, ou cerca de 6% do lote total, equivalente a US$ 10,027 bilhões.

Levy afirma que câmbio é e continuará flutuante

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou nesta terça-feira (4), após participar de uma reunião da Câmara de Comércio Exterior (Camex), que o câmbio é e continuará flutuante. A declaração de Levy foi em resposta à indagação sobre como ele via a possibilidade de o dólar se manter em torno R$ 3,50 pelo menos nos próximos dois anos, como defendem integrantes do próprio governo.

“A evolução da economia mundial tem se acelerado em alguns pontos. Nossos principais parceiros se encontram em momentos de ajuste. Muito em breve, haverá o ajuste dos juros nos Estados Unidos. As indicações são bem claras. Isso sempre tem impacto nos preços dos ativos. É o caso da China, também. O dólar é flutuante e permanece flutuante”, disse.

Levy afirmou que os exportadores de bens e serviços poderão contar com recursos do Programa de Financiamento às Exportações (Proex), estimados em R$ 1,5 bilhão. Ele acrescentou que, graças ao câmbio, as vendas de manufaturados no exterior estão melhorando.

“Estamos conseguindo garantir o orçamento [do Proex], o que implica disciplina e permite a fluidez e a possibilidade de se proporcionar um instrumento tão importante.”

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