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O ministro destacou os esforços para mudar a forma com que a Petrobras é gerenciada, com maior transparência entre os altos executivos | Mike Theiler/Reuters
O ministro destacou os esforços para mudar a forma com que a Petrobras é gerenciada, com maior transparência entre os altos executivos| Foto: Mike Theiler/Reuters

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou nesta segunda-feira (20) que os problemas na Petrobras não fazem do Brasil uma pior opção de investimento. “Quem tem um entendimento profundo, percebe que o Brasil é um dos países mais transparentes do mundo”, disse.

“É um país em que tudo é discutido, onde o governo é responsabilizado por tudo que faz, você tem eleições regulares e onde as pessoas que fazem coisas erradas vão para a cadeia.”

Em evento da Bloomberg em Nova York, ele defendeu que, dentro de uma companhia, nem sempre todos os executivos sabem de tudo. Mas que, aqueles que estavam cientes do esquema de corrupção dentro da Petrobras foram punidos. “Aqueles que sabiam, estão na cadeia.”

Levy afirmou que espera que a Petrobras supere nos próximos dias a questão da divulgação dos resultados auditados, acabando com a preocupação do mercado. Segundo ele, a divulgação do balanço “marcará mais uma etapa na reconstrução” da companhia.

Levy afirma que Dilma tem sido clara de que é necessário mudar o caminho

“As pessoas acreditam em políticas, não em mim”, afirmou o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, ao ser questionado nesta segunda-feira (20) sobre sua disposição de “manter os nervos” e permanecer no governo mesmo em meio às dificuldades.

Segundo o ministro, a presidente Dilma Rousseff tem sido clara de que a política econômica anterior foi exaurida e de que é necessário mudar o caminho. Para Levy, Dilma reforçou seu compromisso ao destacar o vice-presidente, Michel Temer, como articulador político, pois ele pode ter papel de liderança no Congresso.

“Política é um papel desafiador”, disse durante evento em Nova York. “É preciso manter este curso, decidido pela presidente, que foi entendido pelo Congresso. Há um longo caminho a seguir, apenas começamos, mas acho que estamos na direção certa.”

A Petrobras promete divulgar os resultados do terceiro trimestre e de todo o ano de 2014 nesta quarta-feira (22). O documento contábil ainda não foi publicado porque a Petrobras precisou calcular o custo da corrupção embutido indevidamente em seus investimentos, entre 2004 e 2012.

“Acho que a principal coisa é que vai acabar com essa preocupação. As pessoas estavam muito preocupadas, é uma grande companhia, todos prestam atenção”, disse Levy.

Governança

O ministro destacou os esforços para mudar a forma com que a companhia é gerenciada, com maior transparência entre os altos executivos. “Isso é um dos melhores jeitos de garantir a melhora na governança, assim como a expectativa de ter um novo Conselho de Administração”, afirmou.

Para ele, a substituição de integrantes políticos por membros do setor privado n conselho também é positiva. “Eles terá muito mais tempo para supervisionar a companhia.”

Governo quer desenvolver novos instrumentos para financiar infraestrutura

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou que o governo está trabalhando com o mercado de capitais para desenvolver novos instrumentos para financiar o investimento em infraestrutura. “Estou orgulhoso que as pessoas adorem os títulos públicos do Brasil, mas elas também podem investir em bônus que têm ativos reais do outro lado”, afirmou em um evento em Nova York nesta segunda-feira (20).

Levy ressaltou que passou os últimos dias na reunião de primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Washington e que discutiu o investimento em infraestrutura em várias ocasiões. O tema também tem sido recorrente em fóruns do G20, o grupo dos países mais ricos do mundo, afirmou o ministro. O próprio FMI recomenda que os governos invistam mais em infraestrutura.

A habilidade de levantar recursos para infraestrutura não é única do Brasil, ressaltou o ministro, destacando que o envelhecimento da população nos países do primeiro mundo tem aumentado a demanda por ativos de longo prazo. “Queremos trabalhar com o mercado de capitais para ver se podemos desenvolver instrumentos”, afirmou, falando da possibilidade de transformar bônus de infraestrutura em uma classe de ativos global.

Essa procura por ativos de longo prazo, de acordo com o Levy, abre oportunidade para os fundos de pensão e outros investidores institucionais ao redor do mundo, incluindo no mercado de capitais do Brasil. “É preciso planejar isso bem, fazer ajustes em alguns instrumentos, criar novos instrumentos. É factível. A demanda é muito forte.”

Levy afirmou que o Brasil está se movendo de uma economia estimulada pelo consumo para outra mais do lado da oferta. “Uma melhora da infraestrutura é uma ação do lado da oferta, porque reduz custos, melhora a eficiência da economia”, disse no evento.

Levy argumentou que uma das coisas que precisam mudar no Brasil é que muito do investimento passado em infraestrutura foi financiado principalmente pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). “Agora temos espaço para as empresas não precisarem tanto do BNDES, mas também do mercado de capitais”, disse ele.

“O Brasil tem uma tradição longa de ter infraestrutura conduzida pelo setor privado, uma experiência bem-sucedida, como energia, portos, telecomunicações e água”, afirmou.

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