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Para enfrentar a concorrência, indústria aposta na inovação

O desafio da indústria será investir em inovação para sobreviver em um ambiente econômico cada vez mais competitivo nos próximos anos. O Senai inaugura no próximo dia 17, em Curitiba, seu primeiro instituto de inovação em todo o país, com recursos de R$ 60 milhões.

O projeto integra um plano de apoio à competitividade lançado em 2012 e que deve absorver R$ 277 milhões até 2015. Os recursos, bancados pelo Senai, pelo BNDES, governo e Confederação Nacional da Indústria (CNI), serão destinados também à instalação de sete institutos de tecnologia.

Esses centros serão especializados em construção civil, química e meio ambiente; celulose e papel; metalmecânica; alimentos; madeira e móveis e tecnologia da informação, além de dez centros de educação.

Os produtos e serviços oferecidos pelas empresas do estado têm boa reputação entre os paranaenses. Levantamento inédito da Paraná Pesquisas revela que 92% da população considera que o que é feito aqui é igual ou melhor do que nos outros estados.

INFOGRÁFICO: Maioria dos paranaenses gosta dos produtos oferecidos pelas empresas instaladas no estado

O agronegócio é, disparado, o setor com melhor imagem. Um terço dos paranaenses avalia que o setor é referência em qualidade. Em seguida, com 13% cada, vêm a indústria, a construção civil e o setor de energia.

"A pesquisa deixa claro que há um vínculo entre a população e as empresas instaladas aqui. Ao mesmo tempo, principalmente no interior, a relação muito forte com o agronegócio se mantém", diz Murilo Hidalgo Lopes de Oliveira, diretor do instituto de pesquisas.

A sondagem ouviu 1,5 mil pessoas em 72 municípios do estado, entre 10 e 14 de agosto. Para os paranaenses, o produto bem feito é aquele que tem qualidade (32%), respeita o meio ambiente (18%), o consumidor (15%) e tem tecnologia (10%). O critério preço aparece apenas em quinto lugar, com 6%.

Da alta produtividade no campo ao design inovador, da tecnologia aplicada à indústria ao desenvolvimento de novos serviços, o Paraná se tornou, ao longo das últimas décadas, referência de qualidade em diversas áreas, diz Francisco José Gouveia de Castro, economista do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes).

A preferência do público pelo agronegócio tem razão de ser, na avaliação do economista. A cadeia ligada à produção agrícola tem impacto econômico em boa parte do estado. Graças a investimentos em tecnologia e melhoramento genético, o Paraná vem batendo recordes de produtividade na área de grãos e leite e se tornou um dos principais exportadores de aves. Além disso, investiu pesado na industrialização da produção.

A indústria, por sua vez, vem investindo em capacitação e inovação para driblar o cenário adverso dos últimos anos. O Paraná é o estado que mais forma e treina mão de obra para o setor: no ano passado, 304 mil pessoas passaram por cursos técnicos, de formação e qualificação do Senai, o equivalente a 11% do total nacional. Em 2014 esse número chegará a 350 mil, segundo Marco Secco, diretor de operações do Senai no Paraná. "Essa formação é um dos fatores de sucesso dos produtos feitos aqui", diz.

Maior do Brasil, sistema de cooperativas paranaenses fatura R$ 40 bi

O sistema cooperativista do estado ligado à agropecuária é o maior do país em faturamento e exportações. Em 2014, as 80 cooperativas agropecuárias do estado devem apurar uma receita de R$ 40 bilhões, 14% superior à do ano passado. As exportações devem ter avanço semelhante e bater a marca de US$ 2,5 bilhões, segundo Nelson Costa, superintendente-adjunto da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar).

Para ele, o sucesso do setor se ampara em dois fatores: "O primeiro é a rastreabilidade dos produtos. O segundo é o alto grau de internacionalização, que fez com cooperativas e empresas tivessem de se adaptar a padrões de exigência de padrão global".

O avanço tecnológico também foi garantido pelos investimentos em assistência técnica. Hoje cerca de 1,5 mil agrônomos, engenheiros florestais, médicos veterinários e técnicos trabalham nas cooperativas para ampliar a produtividade, em otimizar o uso do solo e diminuir os impactos ambientais do setor.

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