“Enquanto eles choram, eu leiloo lenços”. A adaptação da máxima publicitária cairia bem nesta crise. Com a desaceleração econômica e os entraves deixados pela operação Lava Jato nos segmentos de petróleo e gás e construção, cresce o mercado de leilão on-line de equipamentos e móveis de escritórios. Movimentam esse nicho empresas em dificuldade financeira que veem a chance de vender itens do seu patrimônio que vão do maquinário pesado à mesa do cafezinho.
No Sold, site especializado nesse tipo de oferta, a procura de companhias que desejam se desfazer do mobiliário de escritório triplicou de um ano para cá, afirma o sócio Henri Zylberstajn. “Na crise, as oportunidades aparecem, e essa máxima vale para os leilões. As empresas estão muito desesperadas, tem muito ativo sendo vendido abaixo do preço”, contou o executivo, que diz ter realizado em 2014 o pregão de mais de 95 mil itens e atendido a 450 clientes.
Uma dessas companhias foi a agência de publicidade F/Nazca Saatchi & Saatchi, que fechou seu escritório no Rio no início do ano após 14 anos de atividade da filial carioca. Um aparelho de ar-condicionado com condensador saiu por R$ 540; um conjunto de cinco serrotes foi levado com lance de R$ 13; uma CPU da Apple foi arrematada por R$ 850.
Segundo Zylberstajn, por causa da Lava Jato, a quantidade de empresas de óleo e gás “que estão fechando ou reduzindo a infraestrutura é brutal”, o que aquece o mercado de leilões – e traz ao seu site reminiscências do começo de 2014, quando o Sold fez o leilão de 700 itens da outrora poderosa OGX.
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