Os 1.500 funcionários do primeiro turno da fábrica da Volvo em Curitiba decidiram entrar em greve na manhã desta sexta-feira (8). A decisão ocorreu em assembleia realizada um dia depois de a companhia propor não realizar demissões até o fim do ano, em troca de um reajuste que recomponha somente a inflação e um PLR de R$ 15 mil, metade do concedido no ano passado.
À tarde, os cerca de 1.000 trabalhadores do segundo turno não apareceram para trabalhar na fábrica, que fica na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), o que significa que eles também aderiram à paralisação, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba.
A Volvo anunciou na quinta-feira (7) que teve de fechar o segundo turno da fábrica em função da baixa demanda no setor de caminhões. Isso gerou um excedente de 600 funcionários. Para evitar as demissões, a empresa fez uma proposta que antecipa o debate da data-base da categoria, que ocorre em setembro.
Uma nova assembleia dos trabalhadores está prevista para a próxima segunda-feira, às 7 horas. O sindicato da categoria ressaltou que o objetivo é negociar com a Volvo formas de evitar demissões, porém, sem abrir mão de direitos conquistados. O argumento da entidade é de que a data base da categoria é apenas em setembro, ou seja, ainda há bastante tempo para negociar.
Sem acordo
Os trabalhadores entraram em greve por entender que a empresa não cumpriu um acordo de construir junto com o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC) uma solução para o excedente de pessoal. “A empresa tenta, de forma oportunista, atrelar a preservação de emprego a flexibilização de direitos e salários. O que não aceitamos”, declarou o presidente do SMC, Sérgio Butka, em um texto publicado no site da entidade.
Segundo o SMC, os funcionários rejeitaram a proposta de redução de 50% no PLR e o reajuste da inflação, sem ganho real. Para o SMC seria preferível debater outras soluções, como um plano de demissões voluntárias (PDV).
Em nota, a Volvo disse manter de pé a proposta feita na quinta-feira e pede que o sindicato coloque os itens em votação, o que, segundo ela, não teria sido feito. “O momento atual é bastante delicado para os negócios do setor. Somente no primeiro trimestre de 2015 as vendas de caminhões pesados caíram acima de 50% no país, na comparação com o mesmo período do ano passado. Mesmo neste cenário adverso, a Volvo mantém seu compromisso de fazer o que for possível para evitar demissões”, declarou a empresa.
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