A japonesa Furukawa, maior fabricante de fibra óptica do país, vai voltar a operar no setor de energia no Brasil, mercado que havia abandonado em 2003 após o estouro da bolha das "ponto com". A unidade de Curitiba, a maior da empresa na América Latina, inaugura hoje simbolicamente uma área dedicada à produção de cabos OPGW Optical Ground Wire, utilizados nas redes de transmissão de energia. A produção teve início em dezembro e a operação em plena carga está garantida pelos próximos 10 meses.
Os OPGW são cabos para-raios com um centro de fibra óptica. Além de serem usados na distribuição elétrica, eles servem para a implementação de redes inteligentes smart grid e para a transmissão de internet.
A partir do segundo semestre, a Furukawa também vai inaugurar no Brasil, em São Paulo, uma empresa dedicada exclusivamente à instalação de OPGW em linha viva, ou seja, uma unidade que presta serviço de substituição dos atuais cabos por OPGW sem a necessidade de desligamento da energia. A empresa é pioneira na técnica de instalação em linha viva no mundo.
Segundo a empresa, as operadoras de telecom têm feito parcerias com as concessionárias de energia elétrica para utilizar os cabos OPGW para a transmissão de internet em alta velocidade. A demanda por esse tipo de cabo também deve crescer com o incentivo do governo federal para a implementação das redes smart grid, contempladas no Plano Brasil Maior.
O Brasil responde hoje por 2%, cerca de US$ 200 milhões, do faturamento total da Furukawa no mundo, de US$ 10 bilhões. De acordo com o presidente mundial do grupo, Mitsuyoshi Shibataa, que falou com jornalistas numa entrevista coletiva na tarde de ontem, em Curitiba, o objetivo é que a unidade brasileira cresça 50% nos próximos três anos. O investimento previsto para o biênio 2013/2014 é de US$ 30 milhões.
A área de 4,5 mil metros quadrados a ser inaugurada hoje costumava abrigar uma linha de produção de cabo metálico, desativada pela fraca demanda por esse tipo de cabo. Além da unidade de produção de OPGW, a empresa também ampliou a área de produção de cabos de fibra óptica em 8 mil metros quadrados. A Furukawa tem hoje 650 funcionários em Curitiba e não há previsão de contratações.
IncentivoDesoneração de redes de banda larga anima empresa
Em 2012, os resultados da Furukawa foram prejudicados porque as principais operadoras de telecom postergaram investimentos, no aguardo da desoneração das redes de banda larga, promessa feita pelo governo federal ainda no início do ano. A desoneração foi publicada apenas na semana passada. Apesar da demora, ela veio maior do que se imaginava inicialmente. O plano contempla a desoneração de 13 tipos de redes de banda larga, e não seis como estava previsto.
"A Furukawa produz 7 desses 13 tipos de rede. Nós vemos mercado com potencial enorme no Brasil e em toda a América Latina nos próximos anos. Esse atraso na desoneração foi até bom, porque deu tempo para preparamos nossa fábrica para o aumento da demanda", afirmou o presidente da Furukawa no Brasil, Foad Shaikhzadeh.
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