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Linha de abate de frangos da Cooperativa Lar: crescimento e geração de empregos. | Christian Rizzi/Gazeta do Povo
Linha de abate de frangos da Cooperativa Lar: crescimento e geração de empregos.| Foto: Christian Rizzi/Gazeta do Povo

O frigorífico de aves da Cooperativa Agroindustrial Lar em Matelândia (Oeste do estado) funcionava apenas de segunda a sexta-feira. No fim de setembro, passou a operar também aos sábados, para dar conta do crescimento da demanda internacional pela carne de frango brasileira.

INFOGRÁFICO: Confira a evolução do emprego no Paraná


Com mais trabalho, aumentou o número de funcionários. Desde o início de 2014, o abatedouro contratou 1.747 pessoas, muitas de municípios vizinhos. A cooperativa não parou por aí. “À medida que cresce o abate, contratamos mais gente para as áreas administrativa, financeira, comercial e de logística, para a assistência técnica, para a indústria de rações que abastece os aviários e para a recepção dos grãos que vão virar ração”, explica o diretor-presidente da Lar, Irineo da Costa Rodrigues.

Construção de plataforma alavanca contratações no litoral

  • PARANAGUÁ

Pontal do Paraná, no litoral, foi a nona cidade que mais gerou empregos formais no Paraná em 2015. De janeiro a agosto, foram preenchidos 778 postos de trabalho, a maioria entre os meses de junho, julho e agosto. O principal contratante é o estaleiro ocupado pelo Consórcio Technip Techint P76, que está construindo módulos e integrações para um navio-plataforma do tipo FPSO (plataforma flutuante de produção, armazenamento e descarga, na sigla em inglês) para a Petrobras.

O estaleiro emprega mais de 2 mil trabalhadores e, até o fim do ano, pretende abrir mais 800 vagas. “A prioridade é a mão de obra local”, disse o consórcio, em nota. Segundo o Technip Techint, “os trabalhos de engenharia e suprimentos foram realizados no Rio de Janeiro, enquanto a fabricação, montagem e integração de todos os módulos com o navio fornecido pelo cliente acontecem na Unidade Offshore em Pontal do Paraná”.

O caso do frigorífico explica por que Matelândia, com 17 mil habitantes, foi a sétima cidade que mais gerou postos de trabalho formais no Paraná neste ano – 840 de janeiro a agosto, já descontadas as demissões, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

O sucesso da avicultura também está entre os fatores que fazem da Região Oeste a maior geradora de empregos com carteira assinada do estado em 2015. A atividade figura, ainda, como uma das responsáveis pelo aumento da participação do interior no mercado de trabalho.

Em 2010, quatro de cada dez novos empregos formais no Paraná eram criados na Grande Curitiba e seis, nas demais regiões. A fatia da região metropolitana da capital vem encolhendo desde então, enquanto o interior ganha terreno. No ano passado, Curitiba e municípios vizinhos ficaram com apenas duas de cada dez novas vagas. Neste ano, nem sequer estão gerando empregos: cortaram 17,3 mil em oito meses.

O interior, em contrapartida, preencheu 11,3 mil postos de trabalho de janeiro a agosto, dos quais 5 mil no abate e fabricação de produtos de carne e 2,5 mil em atividades de apoio à agricultura e pecuária. A educação infantil e o ensino fundamental aparecem na terceira posição, com 1,6 mil contratações.

Agronegócio

“O interior tem resultado melhor porque lá predominam atividades intensivas em mão de obra, como a agroindústria e a agropecuária. A região de Curitiba concentra atividades industriais mais sofisticadas, que estão sofrendo com a crise”, explica Julio Suzuki, diretor-presidente do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes).

A indústria foi o setor que mais demitiu neste ano, com 13,9 mil vagas cortadas em todo o estado até agosto. As fábricas de Curitiba e região dispensaram 10 mil trabalhadores, já descontadas as admissões. Nas regiões Norte, Centro-Oeste, Norte Pioneiro, Centro-Sul e Sul, também houve fechamento de vagas.

Para Pery Francisco Assis Shikida, professor de Economia da Unioeste, o bom desempenho do agronegócio está ligado ao tipo de bem que ele produz. “São produtos pouco flexíveis à variação da renda do consumidor e dos preços. É essa baixa elasticidade que segura o setor. Você pode deixar de comprar um carro, uma casa, uma série de produtos, mas não deixa de se alimentar”, diz.

Fôlego das contratações está no fim

Apesar dos números ainda favoráveis, o fôlego do mercado de trabalho do interior parece estar no fim. A geração de empregos formais entre janeiro e agosto, de 11,3 mil, foi a mais baixa desde 2004, pelo menos. No mesmo período do ano passado, o número de vagas preenchidas foi de 72,8 mil. Em 2013, foram mais de 100 mil postos de trabalho em oito meses.

Além disso, o saldo positivo no acumulado do ano se deve às contratações realizadas entre janeiro e maio, uma vez que, entre junho e agosto, foram fechadas quase 15 mil vagas formais. Se a tendência recente persistir, são grandes as chances de que também o interior termine o ano com mais demissões que contratações. Três de suas nove regiões já exibem saldo negativo – o Norte, com 835 vagas fechadas, o Centro-Oeste (-322) e o Sul (-26).

Esse enfraquecimento faz com que a geração de empregos com carteira assinada no interior já não compense os cortes na Grande Curitiba. Na soma de todas as regiões, o Paraná fechou 5,9 mil postos de trabalho nos oito primeiros meses do ano. Foi a primeira vez em 2015 que o indicador acumulado ficou negativo – até julho, o número de admissões no estado era ligeiramente superior ao de desligamentos. (FJ)

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