• Carregando...
O primeiro ministro chinês, Li Keqiang, e Dilma Rousseff: acordo prevê investimentos de US$ 53 bilhões. | Fernando Bizerra Jr./EFE
O primeiro ministro chinês, Li Keqiang, e Dilma Rousseff: acordo prevê investimentos de US$ 53 bilhões.| Foto: Fernando Bizerra Jr./EFE

Brasil e China assinaram nesta terça-feira (19) acordos que superam os US$ 53 bilhões para investimentos e contratos de cooperação financeira, assegurando um fluxo de capital importante para a economia brasileira no momento em que busca se recuperar.

“O Brasil atribui grande importância à assinatura desse acordo sobre investimento e capacidade produtiva nas áreas de energia elétrica, mineração, infraeraestrutura e manufaturas”, disse a presidente Dilma Rousseff ao lado do primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, em visita ao Brasil.

Dilma também anunciou que será criado um fundo de US$ 50 bilhões para investimentos no Brasil em infraestrutura, pela Caixa Econômica Federal e o Banco Industrial e Comercial da China (ICBC).

“O primeiro-ministro (chinês) e eu reafirmamos a importância também de nossas relações financeiras. O acordo entre a Caixa Econômica e o Banco Industrial e Comercial da China criará um fundo de US$ 50 bilhões, fortalecendo as opções para financiamento de projetos de infraestrutura no Brasil”, declarou Dilma.

A presidente brasileira afirmou nesta ainda que a parceria entre Brasil e China é “estratégica” para os dois países e é construída por meio de “princípios de igualdade”. “É com satisfação que recebo a primeira visita ao Brasil do chefe de governo, acompanhado de expressiva delegação governamental e empresarial”, disse.

Levy afirma que corte no Orçamento será de até R$ 80 bilhões

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse que o corte no Orçamento de 2015, que deve ser anunciado até a próxima sexta-feira (22), será o necessário para o cumprimento da meta fiscal.

Leia a matéria completa

Li Keqiang afirmou que a cooperação com o Brasil vai ajudar na recuperação da economia mundial e estabilizar os mercados financeiros brasileiro, chinês e dos países emergentes.

China habilita 26 frigoríficos e deve gastar US$ 520 milhões/ano

Leia a matéria completa

Dilma disse ainda que aceitou um convite do presidente chinês Xi Jinping e que programa uma nova visita ao país asiático em 2016. Segundo Dilma, a reunião com a comitiva chinesa foi marcada por diálogo franco e disposição de avançar, para fortalecer e efetivar a parceria. “Tivemos nesta manhã uma reunião produtiva”, disse, destacando um plano conjunto que prevê ações entre 2015 e 2021. “Esse plano inaugura uma etapa superior do nosso relacionamento”, disse.

Entre os diversos acordos firmados entre os dois países, Dilma destacou “em especial” os acordos firmados nas áreas de infraestrutura e comércio. “Teremos a oportunidade dialogar com o empresariado dos dois países sobre o importante papel que exercem nesse processo”, afirmou.

Ferrovia

Dilma falou ainda sobre o projeto de infraestrutura que pretende ligar áreas brasileiras, via Peru, mais rapidamente ao porto Chinês. “Brasil, Peru e China iniciam juntos estudos de viabilidade para conexão ferroviária transcontinental, que vai cruzar o nosso país sentido leste-oeste”, disse.

“A ferrovia vai cortar o continente sul-americano, ligando o Oceano Atlântico e o Pacífico. E convidamos empresas chinesas a participar dessa grande obra”, completou, destacando que a ferrovia atravessará os Andes até chegar ao Peru. “É um novo caminho para a Ásia, que vai reduzir a distância e os custos”, acrescentou. Após a cerimônia, Dilma participa de almoço com a comitiva chinesa.

O ministro da Defesa, Jaques Wagner, e o diretor da Administração Nacional de Ciência, Tecnologia e Indústria para Defesa Nacional da China, Xu Dazhe, assinaram um “memorando de entendimento sobre sensoriamento remoto, telecomunicações e tecnologia da informação”.

O Brasil deve ainda construir em parceria com a China uma fábrica de painéis solares fotovoltaicos. Segundo documento obtido pela reportagem, o acordo será fechado entre a Agência Brasileira de Promoção das Exportações e Investimentos (Apex) e a BYD Energy do Brasil. A cooperação prevê investimentos de R$ 150 milhões para a construção da fábrica.

Grandes empresas

Os acordos de cooperação com a China envolvem grandes empresas brasileiras, como Petrobras, Vale e Embraer.

No caso da estatal petroleira, foram firmados dois acordos para financiamento de projetos somando US$ 7 bilhões. O maior deles, no valor de US$ 5 bilhões, é com o Banco de Desenvolvimento da China (CDB). No começo de abril, a Petrobras já tinha firmado contrato de financiamento de US$ 3,5 bilhões com o CDB.

Já a Vale fechou nesta terça a venda de quatro navios Valemax, para transporte de minério de ferro, à China Merchantz Energy Shipping (CMES). A mineradora brasileira também ampliou um acordo de cooperação financeira de US$ 4 bilhões com a China, segundo autoridades.

A Embraer, por sua vez, formalizou um contrato já conhecido para vender 22 aviões regionais a uma companhia aérea chinesa, em um negócio de US$ 1,1 bilhão a preços de tabela. Há previsão de que o acordo seja ampliado adiante para incluir outras 18 aeronaves da fabricante brasileira.

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) financiará a exportação dos pedidos chineses à Embraer no montante de até US$ 1,3 bilhão.

Em outra frente, o chinês Bank of Communications anunciou a compra de cerca de 80% do banco brasileiro BBM por estimados R$ 525 milhões, marcando a primeira aquisição do grupo no exterior.

“A proposta de aquisição do Banco BBM é a primeira compra do Bank of Communications no exterior. Também marca o primeiro passo da expansão do banco na América Latina”, disse o banco chinês em comunicado, lembrando que a China vem sendo o maior parceiro comercial do Brasil desde 2009.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]