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Os sindicatos protestam contra os planos da petroleira de vender  US$ 15,1 bilhões em ativos até o fim de 2016 | Nacho Doce/Reuters
Os sindicatos protestam contra os planos da petroleira de vender US$ 15,1 bilhões em ativos até o fim de 2016| Foto: Nacho Doce/Reuters

Funcionários da Petrobras em pelo menos dez estados, incluindo o Paraná, aderiram à greve de 24 horas desta sexta-feira (24), em protesto contra venda de ativos da petroleira, interrompendo o trabalho em refinarias, plataformas, terminais e outras unidades, segundo sindicatos.

Pelo menos 19 plataformas da companhia nas bacias de Campos e Santos aderiram ao movimento, mas não houve até o momento registros de prejuízo à produção de petróleo e gás, segundo a companhia e sindicatos.

O movimento acontece no mesmo dia em que ocorre uma reunião do Conselho de Administração na sede da Petrobras, que prevê discutir questões relacionadas a desinvestimentos da petroleira.

O encontro teve inicio na manhã desta sexta e dentre os temas está a distribuição acionária da subsidiária Transportadora Associada de Gás (TAG), para que possa ser vendida.

Na Bacia de Campos, 17 plataformas aderiram à greve e algumas estão produzindo sob a gerência de equipes de contingência enviadas pela Petrobras, para que a produção não fosse impactada, explicou o diretor do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF), Marcos Brêda.

Brêda ressaltou que, até o momento, apenas as 17 plataformas das 25 que haviam aprovado a paralisação em assembleias na Bacia de Campos enviaram documentos comprovando que estão em greve.

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Já na Bacia de Santos, funcionários das plataformas Mexilhão e Merluza estão trabalhando em “operação tartaruga”, segundo o coordenador-geral do Sindicato dos Petroleiros do litoral Paulista (Sindipetro-LP), Adaedson Costa.

As duas bacias representam juntas mais de 90% da produção de petróleo do país, segundo dados da ANP.

A greve é liderada pela Federação Única dos Petroleiros (FUP), que representa 12 sindicatos de funcionários da Petrobras, e pela Federação Única dos Petroleiros (FNP), que representa outros cinco sindicatos.

Ameaça

Caso as demandas por trás da greve de 24 horas desta sexta não sejam atendidas, os sindicalistas estão estudando a realização de uma greve por tempo indeterminado em setembro.

Em nota enviada pela manhã, a petroleira estatal informou que, em algumas unidades, houve registro de bloqueios na entrada dos empregados, gerando atrasos, assim como corte na troca de turno.

“As atividades da empresa estão dentro da normalidade, sem prejuízo à produção, estando preservada a segurança das instalações da companhia e de seus trabalhadores”, afirmou a Petrobras. “A Petrobras tomou todas as medidas para garantir a manutenção da produção de petróleo e gás, bem como o abastecimento do mercado”, completou.

Os sindicatos protestam contra os planos da petroleira de vender US$ 15,1 bilhões em ativos até o fim de 2016 e defendem uma Petrobras 100% estatal.

A Petrobras planeja reduzir sua dívida – que está em cerca de US$ 120 bilhões – assim como gerar caixa para investimentos e retomar a confiança dos investidores após o escândalo de corrupção envolvendo a estatal investigado pela operação Lava Jato.

A FUP também se opõe ao projeto de lei no Senado que busca retirar da Petrobras a condição de operadora única do pré-sal. O projeto, do senador José Serra (PSDB-SP), também impede que a estatal seja obrigada a deter o mínimo de 30% de cada campo, como está previsto na atual Lei de Partilha.

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