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Cargas paradas em aeroportos e portos do Paraná. No início da quarta semana da greve dos auditores fiscais da Receita Federal, as chances de uma solução para o impasse parecem mais distantes e a única novidade em 20 dias de paralisação é o aumento da fila de caminhões na estação aduaneira em Foz do Iguaçu, no Oeste do estado, e no número de mercadorias paradas no Aeroporto Internacional Afonso Pena em São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba.

Em todo o estado, as sete delegacias paranaenses de Curitiba, Cascavel, Foz do Iguaçu, Londrina, Paranaguá, Maringá e Ponta Grossa estão paradas, segundo o Sindicato Nacional dos Auditores da Receita Federal (Unafisco) da regional de Curitiba. Na capital, cerca de 50% dos 250 auditores também cruzaram os braços. Apenas 30% está trabalhando para atender a demanda de serviços essenciais, como a liberação de cargas vivas e perecíveis, urnas funerárias, medicamentos, entre outros. Os 20% restante também trabalham, pois ocupam cargos de diretoria.

De acordo com o presidente do sindicato, Norberto Antunes Sampaio, as negociações com o Ministério do Planejamento não apresentaram avanços. "Sem negociação, quem sofre é a população e aqueles serviços fundamentais para a economia brasileira", conta Sampaio. A situação está mais caótica em Foz do Iguaçu. No aeroporto da cidade, as mercadorias para importação e exportação não estão sendo liberadas. No porto-seco, caminhões lotam o pátio e filas começam a se formar na BR-277. Em todo o Paraná, serviços como a fiscalização de empresas, a concessão de isenção do IPI para taxistas e deficientes físicos e as análises de processos na malha fina da Receita Federal são os serviços mais prejudicados, segundo o Unafisco.

Em São José dos Pinhais, até a tarde desta segunda-feira (22), mais de 280 toneladas de produtos importados aguardam liberação no Aeroporto Afonso Pena. O presidente do sindicato acredita que a cada semana de greve, entre 60 e 70 toneladas de cargas acabam paradas no local.

Imposto de Renda

A análise das declarações do Imposto de Renda também sofre parcialmente com a greve dos auditores. Conforme informações divulgadas pela Unafisco, para o governo federal consiga "fechar" o orçamento deste ano com os valores previstos, seria necessário que a Receita Federal estivesse trabalhando acima de 100%.

Porém, de acordo com Sampaio, os lotes de restituição do IR de 2006 têm liberação automática e não devem atrasar. O primeiro lote deve ser liberado entre o dia 16 de junho e 15 de dezembro. Essa notícia é boa apenas para quem não está ou não entrou na malha fina. Nesses casos, o período de análise dos casos deve sofrer um atraso em virtude da greve. "Só em Curitiba, a expectativa é que 19 mil pessoas caiam na malha fina em 2006", completa Sampaio.

Histórico

Os auditores estão de braços cruzados em todo o Brasil desde o dia 2 de maio. A categoria reivindica a criação de um plano de carreira e aumento salarial de 27% e 47% aos R$ 7 mil reais mensais que já recebem. Esse salário estaria congelado há 11 anos, segundo os grevistas. Os auditores fiscais já anunciaram que a greve deve durar por pelo menos mais uma semana. Nas assembléias realizadas na semana passada em todo o país, cerca de 93% dos servidores apóiam a continuidade da paralisação por tempo indeterminado. Uma nova assembléia está marcada para a quinta-feira (25) para avaliar a greve até aqui e definir os próximos passos.

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