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Haddad e Sanders discutiram nesta quinta-feira (18) a proposta para taxação dos “super-ricos”.
Haddad e Sanders discutiram nesta quinta-feira (18) a proposta para taxação dos “super-ricos”.| Foto: Diogo Zacarias/Ministério da Fazenda.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reuniu nesta quinta-feira (18) com o senador norte-americano Bernie Sanders e pediu apoio à taxação de super-ricos. Na quarta (17), Haddad defendeu uma cooperação do G20 para colocar a proposta em prática. Sanders disse que pressionará o governo do presidente Joe Biden a apoiar a medida. A deputada democrata Ilhan Omar também participou do encontro.

“Se você for um bilionário nos EUA você paga menos imposto que os trabalhadores, isso é um absurdo. Temos que pensar nisso globalmente porque os bilionários tentam globalmente evitar pagar impostos”, afirmou o parlamentar ao lado de Haddad. A iniciativa foi apresentada pela primeira vez na reunião de ministros do G20 em São Paulo, no fim de fevereiro.

“Em todo o planeta, você tem governos lutando com orçamentos terríveis, incapazes de fornecer saúde, educação, moradia para sua população, e bilionários que deveriam estar pagando sua parcela justa de impostos estão escondendo seu dinheiro em outro lugar. Acho que precisamos avançar para uma abordagem global para isso”, disse o ministro em Washington, nos Estados Unidos, onde participa de reuniões com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Haddad ressaltou ter recebido apoio da França e da Espanha. No entanto, o ministro das Finanças da Alemanha, Christian Lindner, se disse contrário à proposta brasileira, argumentando que os países têm um sistema apropriado de taxação, informou a Agência Brasil.

Investimento para conter crise climática

Durante o evento, o chefe da equipe econômica defendeu que as instituições financeiras multilaterais, como o Banco Mundial e o Banco Interamericano de Desenvolvimento, devem ter mais recursos e maior participação de países emergentes na administração para enfrentar a mudança climática e o aumento da fome. Hoje, os países-membros dessas instituições contribuem proporcionalmente à participação nesses bancos, o que favorece as nações mais ricas.

Segundo Haddad, o Brasil está elaborando um plano que torne as instituições multilaterais “melhores, maiores e mais eficazes”. Os ministros de Finanças e presidentes dos Bancos Centrais do G20, grupo das 19 maiores economias do mundo, mais a União Europeia e a União Africana, votarão a proposta em outubro.

“Estamos avançando nas discussões sobre o aumento geral de capital e a possível criação de um mecanismo de revisão das necessidades de capital dessas instituições, de modo a garantir que elas continuem aptas a cumprir seus mandatos e alcançar objetivos globais mais ambiciosos”, enfatizou Haddad. Ele acrescentou que pretende levar as sugestões a outros órgãos multilaterais.

Haddad antecipa volta para negociar pauta econômica

O ministro da Fazenda antecipou para a noite desta quinta (18) o retorno da viagem aos Estados Unidos. Ele deixará Washington às 22h (horário local, 23h no Brasil) e chegará a Brasília na manhã desta sexta (19).

De acordo com a pasta, a volta foi antecipada para que Haddad possa atuar nas negociações da pauta econômica do governo com o Congresso. Na próxima semana, está previsto o envio de dois projetos de lei complementar com a regulamentação da reforma tributária sobre o consumo e o projeto de renegociação da dívida dos estados.

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