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As vendas de semimanufaturados subiram, com destaque para o avanço nos embarques de açúcar em bruto, celulose e ferro-ligas | Felipe Rosa
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As vendas de semimanufaturados subiram, com destaque para o avanço nos embarques de açúcar em bruto, celulose e ferro-ligas| Foto: Felipe Rosa /AGP

A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 458 milhões em março, no primeiro resultado positivo do ano, beneficiada pela queda das importações em ritmo superior ao das exportações.

A cifra ficou acima do superávit de US$ 118 milhões alcançado no mesmo mês do ano passado, também superando as expectativas do mercado. Em pesquisa da Reuters com analistas, a mediana das estimativas apontava déficit de US$ 400 milhões para o mês.

Segundo dados divulgados nesta quarta-feira (01) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, as exportações somaram US$ 16,979 bilhões em março, retração de 16,8% ante igual mês de 2014.

As importações, por sua vez, registraram recuo ainda maior na mesma base de comparação, de 18,5%, chegando a US$ 16,521 bilhões no mês.

Produtos

Enquanto as exportações de produtos básicos e manufaturados mostraram queda em relação ao mesmo mês do ano passado, as vendas de semimanufaturados subiram, com destaque para o avanço nos embarques de açúcar em bruto, celulose e ferro-ligas.

Já o resultado nas importações foi afetado por um declínio generalizado, observado tanto em combustíveis e lubrificantes como em matérias-primas e intermediárias, além de bens de capital e bens de consumo.

Acumulado

No acumulado do primeiro trimestre, a balança comercial tem déficit de US$ 5,557 bilhões, inferior ao déficit de US$ 6,078 bilhões no mesmo período de 2014.

Nos três primeiros meses deste ano, as exportações somaram US$ 42,775 bilhões, queda de 13,7% na comparação anual pela média diária das operações.

As importações atingiram US$ 48,332 bilhões no país no primeiro trimestre, com baixa de 13,2% sobre igual período de 2014, também pela média diária das operações.

Influências

A balança comercial brasileira vem sendo afetada neste ano pela desvalorização de commodities agrícolas e minerais, mas com perspectivas de melhor desempenho à frente diante da alta do dólar ante o real, com autoridades dizendo que a moeda norte-americana mais valorizada aumentará a competitividade das exportações brasileiras no exterior.

Mesmo assim, na semana anterior o Banco Central piorou as previsões para a balança comercial, projetando superávit de US$ 4 bilhões para 2015 ante US$ 6 bilhões estimados anteriormente.

Governo mantém expectativa de superávit na balança comercial para o ano

Apesar do déficit comercial de US$ 5,557 bilhões acumulado no primeiro trimestre do ano, o diretor de estatística e apoio à exportação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Herlon Brandão, disse nesta quarta-feira (01) que o governo continua com a expectativa de superávit para o ano.

No entanto, não há uma estimativa do ministério para o tamanho desse saldo positivo esperado para 2015. “A tendência é de haver superávits comerciais nos próximos meses. O comportamento esperado é de queda nas duas pontas, com redução maior das importações”, projetou.

Para Brandão, o déficit no começo do ano foi muito influenciado pela queda nos preços de commodities, como minério de ferro e petróleo, que detêm parcela significativa da pauta de exportações brasileira. “Por outro lado, o dólar no curto prazo aumenta a rentabilidade para o exportador. A alta do dólar ajuda a mitigar a queda nos preços de commodities”, afirmou.

Março

Brandão disse que o superávit da balança comercial no mês de março, de US$ 458 milhões, foi o melhor resultado para o mês desde março de 2012, quando houve saldo comercial positivo de US$ 2 bilhões. Em março de 2014, o superávit foi de US$ 118 milhões, e em março de 2013, US$ 163 milhões.

Segundo o diretor do MDIC, a queda nas exportações no primeiro trimestre do ano está relacionada à redução nos preços de minério de ferro, soja e petróleo e óleos combustíveis. Segundo ele, essa é uma tendência que deve continuar ao longo de todo o primeiro semestre deste ano.

“Foram quedas fortes nos preços desses produtos. Também houve uma queda no preço do milho, que já estava baixo”, afirmou. “Pelo menos no primeiro semestre, a queda nos preços vai afetar bastante o resultado da balança comercial”, acrescentou.

Segundo ele, isso deve ocorrer porque a base de comparação em relação ao primeiro semestre do ano passado é alta, já que os preços desses produtos caíram mais fortemente apenas no segundo semestre de 2014. Brandão destacou que, por outro lado, houve aumento nos preços de café, que subiu 33,6%, devido à menor oferta do produto no mercado mundial. Também houve aumento no valor exportado de aviões, mas, nesse caso, foi devido aos modelos comercializados, de maior porte.

No caso das importações, houve queda no volume de compras de combustíveis, automotivo e eletroeletrônicos em geral.

Conta-petróleo

Brandão destacou que o déficit na conta-petróleo deve cair neste ano, devido à redução no valor da commodity e pela queda no volume e no preço dos derivados.

No primeiro trimestre deste ano, as exportações da conta-petróleo somaram US$ 3,853 bilhões e as importações, US$ 7,113 bilhões, com saldo negativo de US$ 3,261 bilhões. Nos três primeiros meses do ano passado, o déficit foi de US$ 4,548 bilhões, com vendas de US$ 5,057 bilhões e compras de US$ 9,605 bilhões.

Segundo ele, no primeiro trimestre deste ano, comparativamente ao mesmo período do ano passado, houve uma redução de 23,8% nas exportações de petróleo, motivadas, principalmente, pela queda no preço do produto. Por outro lado, houve queda de 25,9% nas importações de derivados de petróleo, influenciadas pela diminuição tanto no preço quanto no volume importado.

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