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Obviamente, os filtros adotados pelas grandes empresas não são uma maneira somente de “organizar” a enorme quantidade de informação disponível. | Henry Milleo/Gazeta do Povo
Obviamente, os filtros adotados pelas grandes empresas não são uma maneira somente de “organizar” a enorme quantidade de informação disponível.| Foto: Henry Milleo/Gazeta do Povo

Com a popularização do acesso à internet, cada vez mais pessoas passaram a ampliar sua visão de mundo, conhecer novas ideias e rever seus conceitos, certo? Não necessariamente. Pense em quantos conhecidos você viu recentemente no Facebook dizendo que estavam excluindo partidários deste ou daquele grupo político. E na última vez em que foi surpreendido com a sugestão de páginas ou grupos com ideologias contrárias à sua – neste caso, deve fazer um bom tempo.

Este processo de “retroalimentação” de ideias estimulado pelos próprios usuários, por filtros de buscas e algoritmos, foi batizado de “filtro-bolha” pelo escritor e fundador da Avaaz.org Eli Pariser. No livro best-seller de mesmo nome, Pariser alerta para a “edição invisível e algorítmica da web”, em que cada resultado de busca, sugestão de amigo ou de produto a ser comprado apenas reforça convicções e interesses pessoais do internauta.

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“Não é apenas no Google e Facebook. Isto é algo que está varrendo a rede. E nos leva muito rapidamente para um mundo no qual a internet nos mostra aquilo que ela pensa que queremos ver, mas não necessariamente o que precisamos ver”, fala, em um vídeo no portal TED visto mais de 3,6 milhões de vezes.

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Obviamente, os filtros adotados pelas grandes empresas não são uma maneira somente de “organizar” a enorme quantidade de informação disponível.

“Essas plataformas se valem desses filtros-bolhas, desses algoritmos, para atender um modelo de negócio específico delas, que é a publicidade direcionada”, resume o professor da FGV Direito Rio e pesquisador do Centro de Tecnologia e Sociedade da fundação Eduardo Magrani.

O principal problema, alerta Magrani, é que não há como o usuário “desligar” essa filtragem – os próprios critérios e fórmulas usadas nos algoritmos são envoltos em segredo.

“Do jeito que está hoje, não há o que fazer. Não posso criar minha própria curadoria. E aí vivo e sobrevivo virtualmente numa câmara de eco, nesta bolha em que só aparece o conteúdo que os algoritmos acham que estão alinhados à minha visão de mundo”, completa.

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