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Uma semana depois de o governo anunciar uma redução substancial na sua meta de economia para o ano, o Banco Central (BC) elevou nesta quarta-feira (29) a taxa básica de juros da economia em mais 0,5 ponto percentual, para 14,25% ao ano. Foi a sétima alta consecutiva da Selic, que atingiu o maior patamar em nove anos, em decisão esperada pelo mercado.

Em nota, o BC disse que os juros devem permanecer nesse novo patamar “por período suficientemente prolongado” para garantir a convergência da inflação para a meta no final de 2016. A decisão foi tomada por oito dos nove diretores do BC.

Em iniciativa inédita, o diretor de Assuntos Internacionais Tony Volpon se absteve de participar da reunião que definiu a Selic depois que declarações feitas por ele na semana passada sobre os juros geraram polêmica. Segundo noticiado pelo jornal Valor Econômico, Volpon descartou em apresentação a investidores a possibilidade de votar por uma redução dos juros até que a projeção do BC aponte para uma inflação no centro da meta de 4,5%.

Alguns analistas de mercado e políticos avaliaram que o diretor teria antecipado o seu voto no Comitê de Política Monetária (Copom). Nesta quarta-feira (29), o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE) defendeu a demissão de Volpon.

Em nota, o BC informou que compreendeu a decisão do diretor de não participar da reunião e que já havia “acolhido” os esclarecimentos dados por ele sobre o caso.

Há duas semanas, parte dos economistas ainda cogitava a possibilidade de o BC reduzir o ritmo de aperto dos juros, optando por uma alta de 0,25 ponto após seis aumentos de 0,5 ponto, diante da retração da atividade econômica e da melhora gradual das expectativas de inflação para o próximo ano.

A decisão do governo de reduzir sua meta de superávit primário de 1,1% do PIB para no máximo 0,15% do PIB, com possibilidade de déficit, reforçou, no entanto, a expectativa de um aperto maior.

Quanto menor a economia feita pelo governo para o pagamento de juros da dívida maior o volume de recursos disponível na economia para consumo e investimento – combustível para o reajuste de preços em um cenário de inflação já elevada.

Em meio a preocupações dos investidores com a trajetória da dívida pública, a redução da meta de economia também alimentou uma alta do dólar, o que tem efeito inflacionário.

A projeção mais recente dos economistas consultados pelo BC é que a inflação feche o ano em 9,23%, maior valor desde 2003. Para 2015, as estimativas são de um IPCA de 5,4%.

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