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Porto de Santos
Levantamento aponta que navios transportam cerca de 3,2 milhões de litros de diesel, mas sem motivo claro para espera.| Foto: Ricardo Botelho/MME

Pelo menos 3,2 milhões de barris de diesel transportados em navios procedentes da Rússia estão parados ao longo da costa brasileira esperando para descarregar, mas sem um motivo claro para a demora em aportar no país.

O levantamento apurado pela consultoria Kpler com a Bloomberg aponta que há uma espécie de anomalia nos fornecimentos da indústria russa de petróleo em meio às sanções impostas pelos Estados Unidos e aliados por conta da guerra contra a Ucrânia.

A Gazeta do Povo procurou a Petrobras para confirmar o motivo da espera para o descarregamento e aguarda retorno. O Ministério de Minas e Energia (MME) não comentou e orientou a pedir explicações ao Ministério de Portos e Aeroportos (MPOR), à Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) e à Marinha, que foram procurados pela reportagem no começo da tarde.

No final da tarde de sexta (5), o MPOR informou à reportagem que o motivo do acúmulo de navios na costa brasileira se deu por uma "sanção de bancos dos Emirados Árabes com alguns clientes da Rússia, o que impediu o país de realizar pagamentos de algumas operações. Logo, não há nenhuma relação com o modal brasileiro".

Os demais órgãos procurados pela Gazeta do Povo não se pronunciaram.

Segundo a apuração da Bloomberg, o volume parado à espera de descarregamento representa aproximadamente duas semanas de importações brasileiras do combustível, e que não parece haver uma interrupção completa na descarga de cargas russas no país. Há indícios, ainda, de que mais 3,3 milhões de barris de diesel estão a caminho do país, muitos deles já atravessando o Atlântico.

Apesar da expectativa de que os operadores descarreguem as cargas assim que possível, diz a apuração, algumas embarcações sinalizadas para seguir rumo ao Brasil podem demorar a chegar ao destino.

A Bloomberg informou que o país também importou diesel dos Emirados Árabes Unidos e do Kuwait neste mês, diversificando as fontes de suprimento diante da situação complexa do mercado internacional de petróleo.

Além do Brasil, cargas de diesel também estão retidas em navios-tanque no Mediterrâneo e no Golfo da Guiné, enquanto há um acúmulo de cargas de petróleo fora dos portos indianos.

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Atualização

A reportagem foi atualizada após retorno do MPOR ao pedido de explicações feito pela Gazeta do Povo.

Atualizado em 06/04/2024 às 18:32
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