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As mudanças no cenário fiscal para 2016 anunciadas na segunda-feira pelo governo brasileiro colocam a tendência para obtenção de superávits primários “muito abaixo” do cenário-base usado pela agência de classificação Fitch em sua última revisão do rating do país e o futuro da nota dependerá da trajetória de crescimento e das dinâmicas fiscal e de dívida.

“Essas revisões para baixo colocam a tendência para obtenção de superávits primários muito abaixo do cenário-base usado pela Fitch em abril”, disse a analista Shelly Shetty, da Fitch, em comentários por e-mail, referindo-se ao momento em que revisou a perspectiva do rating do Brasil para “negativa”, mas manteve classificação em “BBB”, a penúltima nota dentro da faixa considerada como grau de investimento.

“A trajetória de crescimento e as dinâmicas fiscal e de dívida vão determinar o futuro dos ratings do Brasil”, escreveu ela.

Na segunda-feira, o governo brasileiro apresentou ao Congresso Nacional uma proposta orçamentária com previsão de défic primário da União de R$ 30,5 bilhões, em meio a um cenário recessivo e de dificuldades para aprovar medidas de ajuste fiscal.

“A revisão do alvo para um déficit primário no próximo ano, que vem após a revisão para baixo de julho das metas de superávit primário para os próximos anos, destaca a dificuldade que o Brasil está enfrentando na consolidação fiscal”, acrescentou a analista da Fitch.

A Fitch é a única das três maiores agências de classificação de riscos que ainda coloca o Brasil a dois degraus de distância do território especulativo. Na Moody’s e na Standard & Poor’s, o Brasil está a um degrau de perder o selo de bom pagador.

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