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A Gol prevê reduzir a oferta no mercado doméstico entre 5% e 7% no quarto trimestre e, no mercado internacional, entre 7% e 8% | Nacho Doce/Reuters
A Gol prevê reduzir a oferta no mercado doméstico entre 5% e 7% no quarto trimestre e, no mercado internacional, entre 7% e 8%| Foto: Nacho Doce/Reuters

A Gol registrou prejuízo líquido de R$ 2,133 bilhões no terceiro trimestre de 2015, perda 770,4% maior que a apurada no mesmo período do ano passado, de R$ 245,1 milhões. Em nove meses, a companhia aérea acumula prejuízo de R$ 3,161 bilhões, aumento de 550,1% em relação aos R$ 486,3 milhões de resultado negativo em 2014.

No relatório de resultados, a Gol explica que do total de prejuízo entre julho e setembro, R$ 1,44 bilhão, ou 67,5% dos R$ 2,133 bilhões, são referentes a variações monetárias e cambiais líquidas. A marcação a mercado dos passivos financeiros da companhia foi feita com o dólar a R$ 3,97, contra R$ 3,10 no segundo trimestre do ano, variação de 28,1%.

A Gol lembra que cerca de 50% das despesas operacionais e 86,8% dos passivos financeiros da companhia, incluindo aeronaves, são denominados em dólar. Entre julho e setembro, a cotação da moeda americana entre a mínima e a máxima variou 37,3%. Em relação ao terceiro trimestre de 2014, a variação foi de 55,5%. As despesas operacionais da companhia chegaram a R$ 2,48 bilhões no trimestre, aumento de 7,4% em relação ao ano passado.

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O Ebitdar (lucro antes de juros, impostos, amortização, depreciação e custos de reestruturação) fechou o trimestre em R$ 377,5 milhões, queda de 18,4% em relação aos R$ 462,8 milhões do mesmo período de 2014. Em nove meses, o indicador soma R$ 937,1 milhões, contra R$ 1,33 bilhão do ano passado, recuo de 29,6%. A margem Ebitdar recuou de 18,8% para 15,2%, em 12 meses.

A receita operacional líquida da companhia aérea ficou em R$ 2,489 bilhões entre julho e setembro, crescimento de 1,1%. Em nove meses, houve queda de 2,9%, para R$ 7,126 bilhões. O resultado financeiro líquido ficou negativo em R$ 1,702 bilhão, contra R$ 434,9 milhões negativo no mesmo período do ano passado.

A dívida líquida da Gol chegou a R$ 6,415 bilhões ao final de setembro, um crescimento de 91,3% em relação a setembro de 2014. Quando somado o valor de arrendamento de aeronaves, o valor ajustado da dívida líquida chegou a R$ 12,998 bilhões, crescimento de 41,2% em 12 meses. A relação dívida líquida ajustada/Ebitdar passou de 4,9 vezes em setembro de 2014 para 9,2 vezes neste ano.

“O pior ficou pra trás”

O presidente da Gol, Paulo Kakinoff, disse acreditar que o pior cenário para a companhia ficou para trás após a empresa aérea ter anunciado ajustes na oferta, na malha e prever redução no tamanho da frota, buscando se adaptar ao cenário ruim da economia brasileira.

A volatilidade cambial e a atual conjuntura econômica têm derrubado os resultados trimestrais da aérea, com impacto nos custos e despesas e na receita com transporte de passageiros.

Kakinoff disse ser impossível prever o cenário macroeconômico para os próximos períodos, mas disse esperar que a volatilidade de 2015 não se repita em 2016, apesar de uma recuperação mais forte da economia não estar no radar.

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“Do primeiro para o segundo trimestre, a companhia sentiu a velocidade com que o cenário se deteriorou. Evidentemente, (agora) a inércia do setor aéreo para readequar a oferta ocorre em uma velocidade menor do que com as variações abruptas que experimentamos”, afirmou o executivo em teleconferência com jornalistas para comentar os resultados do terceiro trimestre.

Com os ajustes que já começaram a ser implementados, Kakinoff disse que “o tamanho da frota, oferta, nossa malha e estrutura de custos permitem afirmar que o pior cenário ficou para trás”.

Às 10h31, as ações da Gol exibiam estabilidade enquanto o Ibovespa tinha alta de 0,7%.

Oferta reduzida

A Gol revisou para baixo sua projeção de margem operacional em 2015. Além disso, também anunciou que dos quinze Boeing 737-800 NG programados para entre 2016 e 2017, quatro aeronaves serão incorporadas à frota no período. A empresa ainda fará subleasing de 12 aeronaves em 2016 às aéreas estrangeiras durante a baixa temporada no Brasil, ante 7 em 2015.

A Gol prevê reduzir a oferta no mercado doméstico entre 5% e 7% no quarto trimestre e, no mercado internacional, entre 7% e 8%.

Kakinoff também disse que a companhia implementou redesenho da estrutura de pessoal, com redução de camadas de postos executivos, e não deve realizar nos próximos períodos a reposição da saída natural de funcionários da empresa, assim como congelar contratações.

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