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Todos os dias, mais de 40 milhões de sacolas plásticas são usadas no Brasil, apontam dados da Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Já foi pior. Nos últimos anos, mais de 5 bilhões de sacolas deixaram de ser produzidas, e consumidas, no país. Esta redução se deve em parte a adesão crescente - porém tímida - dos consumidores às sacolas retornáveis, que custam a partir de R$ 1,99 e aparecem, cada vez mais, em supermercados, grifes e até em restaurantes.

No Rio de Janeiro, são cerca de 180 milhões de sacolas plásticas num mês, o que, apesar de uma quantidade enorme, já representa uma redução de 15% nos últimos dois anos. Mas a procura pelas bolsas retornáveis cresce de forma tímida. "É preciso haver mais estímulos para que as famílias deixem de usar a sacola plástica, que é tida como de graça", disse Aylton Fornari, presidente da Associação de Supermercados do Rio de Janeiro (Asserj).

Na Zona Sul do Rio, as vendas das sacolas retornáveis subiram 7,5% em 2011. Mas, segundo Pietrangelo Leta, diretor comercial da rede, ainda existe um longo trabalho pela frente. Fazer o consumidor se lembrar de levar a sacola retornável para o supermercado, explicou, ainda é o maior desafio dessa transição. "Reduzimos em torno de 3,5% a compra de sacolas de 2010 para 2011, mas ainda está longe da nossa meta". Leta acrescenta que a rede importa a cada dois meses as suas sacolas retornáveis e negocia com fornecedores redução ainda maior do valor de custo de produção: as mesmas sacolas que custavam R$ 3,99 agora saem por R$ 2,98.

Desde 2009, o Grupo Pão de Açúcar já vendeu mais de 6,1 milhões de unidades de sacolas reutilizáveis, sendo que, desse total, 2,2 milhões foram comercializadas apenas em 2010, e outras 2,6 milhões de unidades em 2011 (excluindo as de dezembro). A rede oferece 13 opções de sacolas reutilizáveis feitas de materiais como lona, TNT ou PET reciclados, com preços de R$ 1,99 a R$ 13,90.

O Walmart, por sua vez, em pouco mais de três anos já vendeu cerca de três milhões de sacolas reutilizáveis, a preço de custo, em todo o Brasil. E, na rede, há até caixas preferenciais para quem não usa sacola plástica. Tudo para reduzir o uso das sacolinhas plásticas em pelo menos 50% até 2013, em todas as suas lojas no Brasil.

Além das redes de supermercados, várias lojas do mundo da moda aderiram à causa verde. A Cantão substituiu os tradicionais sacos plásticos ou de papel por "ecobags". Para Marta Zollinger, produtora de moda da marca, a mudança veio mesmo sem ser mais vantajosa economicamente. "A sacola que usamos atualmente é de TNT, mais cara que a de papel ou de plástico. O consumidor gosta delas principalmente porque são mais úteis e bonitas, mas nossa preocupação é cuidar do meio ambiente."

A enfermeira Telma Maria Nunes, de 55 anos, tenta abolir as sacolas plásticas há muito tempo. Para ela, cuidar do meio ambiente traz benefícios ecológicos e econômicos. Além de sempre usar as bolsas retornáveis no supermercado, faz questão de não pegar as sacolas de lojas e farmácias. "Pra mim, isso é uma obrigação moral. Se eu já tiver uma bolsa, por que vou pegar outra?", questiona.

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