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Para o relator do processo no TCU, ministro José Múcio, não há dúvida de que  as manobras ferem a Lei de Responsabilidade Fiscal. | Wilson Dias/ABR
Para o relator do processo no TCU, ministro José Múcio, não há dúvida de que as manobras ferem a Lei de Responsabilidade Fiscal.| Foto: Wilson Dias/ABR

O plenário do Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou nesta quarta-feira (15), por unanimidade, relatório que considera as manobras fiscais realizadas pelo Tesouro com dinheiro de bancos públicos federais como crime de responsabilidade. Dezessete autoridades do governo terão que apresentar, em 30 dias improrrogáveis, explicações ao tribunal para as irregularidades apontadas no relatório.

Ano passado, o Tesouro segurou repasses destinados a pagar benefícios sociais, o que levantou questionamentos do Banco Central, já que a manobra pode configurar empréstimo dos bancos ao governo – algo proibido pela Lei de Responsabilidade Fiscal. As chamadas pedaladas fiscais reduziram artificialmente o déficit do governo.

Para o TCU, o governo deixou de repassar ao menos R$ 40 bilhões de verbas ao Banco do Brasil, Caixa e BNDES para pagamentos de seguro-desemprego, Minha Casa, Minha Vida, Bolsa Família, crédito agrícola e PSI (Programa de Sustentação de Investimentos). Os bancos tiveram que pagar os compromissos com recursos próprios, o que constitui um empréstimo. O ministro Vital do Rego, classificou a operação como uma espécie de uso do “cheque especial” sem permissão.

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O crime de responsabilidade pode resultar em perda do cargo por até cinco anos e pagamento de multa. Além disso, os responsáveis podem ter que responder por ato de improbidade, que prevê a devolução dos recursos que tenham sido desviados.

Como é vedado ao TCU analisar crimes, o órgão repassou os dados para o Ministério Público Federal. A AGU (Advocacia-Geral da União) defende a tese de que não houve empréstimos.

Convocados

Câmara adia votação do projeto de regulamentação da terceirização

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), anunciou na noite desta quarta-feira, 15, o adiamento da apreciação do Projeto de Lei 4.330/2004, que regulariza a terceirização no mercado de trabalho do país.

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Entre as 14 autoridades que terão que se explicar estão o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, o ex-secretário do Tesouro Arno Augustin, o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, e o ex-secretário de Política Econômica da Fazenda, Nelson Barbosa (atualmente no comando do Ministério do Planejamento), o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, o ex-presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendini (atualmente presidente da Petrobras), entre outros.

Em entrevista após a aprovação do acórdão, o relator do processo, ministro José Múcio, afirmou que a investigação ainda está no início e que os atos apurados não são de corrupção e sim um problema de gestão do governo.

O ministro disse ainda que não há dúvida que o empréstimo está caracterizado e que isso descumpre “sem dúvida” a Lei de Responsabilidade Fiscal. Segundo ele, com as manobras, as contas públicas foram embelezadas e agora o Banco Central terá que refazer os cálculos com o intuito de saber se as metas fiscais estabelecidas foram cumpridas e qual o tamanho da dívida do governo real a partir de 2013.

Tribunal adia mais uma vez decisão sobre licitação dos portos

Mais uma vez, o Tribunal de Contas da União (TCU) adiou a decisão sobre o processo que trata da licitação de terminais portuários em Santos e no Pará. Um novo pedido de vista foi apresentado, desta vez, pelo ministro Walton Alencar Rodrigues, que pretende aprofundar a análise do caso.

O processo de licitação dos arrendamentos de áreas nos portos públicos em Santos (SP) e no Pará se arrasta no TCU desde 2013. Com o pedido de vista desta quarta-feira (15), já são cinco adiamentos no julgamento.

O processo já conta com aval da área técnica do TCU, que recentemente recomendou a redução das estimativas de receita, investimento e custo operacional para os terminais, além de elevar a projeção de pagamentos às autoridades portuárias.

Em nota divulgada nesta quarta, a Secretaria de Portos considera “compreensível o zelo do TCU ao analisar este assunto”, mas lembra que há um ano e meio os investimentos estão parados. “Temos investimentos represados de R$ 4,7 bilhões, em 29 áreas de arrendamentos em Santos e no Pará, com previsão de capacidade de mais 47 milhões de toneladas de cargas, apenas no bloco 1”, diz a nota assinada pelo ministro Edinho Araújo.

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