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A ciência contida na astronomia pode ser tema do Enem | Alberi Rosa/Gazeta do Povo
A ciência contida na astronomia pode ser tema do Enem| Foto: Alberi Rosa/Gazeta do Povo

Dica

Uma das apostas do professor Silva, do Positivo, para as próximas edições do Enem é justamente uma questão de confronto entre senso comum e ciência. "É comum que as pessoas digam que um astronauta, quando orbita ao redor da Terra junto com sua nave, flutua dentro dela porque lá não tem gravidade. Isso é absolutamente incorreto, afinal a nave só se mantém em órbita devido à existência de um campo gravitacional a que está sujeita", ensina.

O professor explica que o astronauta flutua porque, quando está em órbita, ele e sua nave estão o tempo todo caindo em uma trajetória que possui a mesma curvatura da Terra. Como o astronauta possui a mesma aceleração da nave, flutua em relação a ela. Essa situação de sensação de ausência de peso é chamada de estado de imponderabilidade.

Curiosidade

Alguns programas da internet permitem ver reproduções do universo, como telescópios virtuais. Basta dar as coordenadas do local que você deseja observar. Alguns exemplos são: Stellarium, SkyORB, WorldWide Telescope e o Desktop Earth.

Programação

Atividades fora da sala de aula também podem ajudar o estudante que quer conhecer mais o assunto. Desde o dia 22, a Semana de Astronomia da FTD Arena Digital promove uma série de atividades para os amantes do tema. Ainda dá tempo de participar de uma atividade gratuita nesta sexta-feira (26), e das atividades pagas no sábado, quando encerra a programação. A FTD Arena Digital fica no Câmpus Prado Velho da PUCPR, na Rua Imaculada Conceição, 1155. Informações: (41) 3271-6322. Confira a programação para sexta e sábado:

• 26 de setembro, das 19h15 às 19h45

Tipologia de Galáxias - Planetário Digital

O professor de Astronomia do Observatório Astronômico e Planetário do Colégio Estadual do Paraná, Amauri Pereira, mostra ao participante como era o universo há 100 anos e todos os tipos de galáxias presentes além do Sistema Solar. Atividade gratuita

• 27 de setembro, às 13 horas

Filme educativo IBEX – Explorador das Fronteiras Interestrelares

Exibido em 4D fulldome 360 graus imersivo, o filme apresenta as descobertas da missão IBEX realizada pela NASA em 2008, mostrando ao participante as interações que ocorrem nos limites do Sistema Solar. Valor: R$ 28 (inteira) e R$ 14 (meia-entrada), com valores especiais para pacote família

• 27 de setembro, às 14 horas

Fronteiras do Sistema Solar - Atividade de Planetário Digital

O físico e professor João Carlos Oliveira envolve o participante em uma viagem no Sistema Solar, que começa no Sol, passa por todos os planetas, pela Lua, luas de Júpiter e de Saturno, até as nuvens de Oort. Valor: R$ 28 (inteira) e R$ 14 (meia), com valores especiais para pacote família

• 27 de setembro, às 15 horas

Exibição do filme educativo Galileu

O filme, exibido em 4D fulldome 360 graus imersivo, mostra as primeiras experiências de Galileu com a gravidade e as leis do movimento, na defesa da ideia de que a Terra gira em torno do sol, e seu trabalho com os primeiros telescópios. Valor R$ 28 (inteira) e R$ 14 (meia), com valores especiais para pacote família.

• 27 de setembro, às 16 horas

Céu de Curitiba - Atividade de Planetário Digital

O físico e professor de Astronomia do FTD Digital Arena, professor João Carlos Oliveira, apresenta, em tecnologia 4D fulldome, esta atividade de planetário digital com os principais eventos astronômicos que acontecem na cidade durante a semana ou que irão acontecer na semana seguinte como, por exemplo, as fases da Lua, eclipses e solstício. Valor: R$ 28 (inteira) e R$ 14 (meia), com valores especiais para pacote família.

• 27 de setembro, às 17 horas

Exibição do filme Dois Pedacinhos de Vidro

Exibido em 4D fulldome 360 graus imersivo, o filme educativo apresenta o funcionamento do telescópio e as maiores descobertas realizadas com o auxílio do instrumento, explorando as luas de Galileu, os anéis de Saturno e a estrutura espiral das galáxias, além das descobertas de Newton, Huygens e Hubble. Valor: R$ 28 (inteira) e R$ 14 (meia), com valores especiais para pacote família.

  • Eclipse Total da Lua: A Terra projetou sua sombra na Lua quando faltavam 9 dias para o suposto

Conhecer as características dos corpos celestes pode ser decisivo na prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Os assuntos relacionados à astronomia aparecem em questões de Física e Geografia, principalmente. Especialistas no assunto citam temas importantes para a prova.

Diferentemente de outras perguntas de Física, as de astronomia não dão prioridade a cálculos, e sim aos conceitos. Às vezes, a resposta está na própria questão, explica o professor Euler de Freitas Silva, do curso Positivo. "O que interessa no Enem não é o que o aluno sabe, e sim o que ele faz como que sabe."

O professor associa as questões de astronomia a algumas habilidades exigidas na prova de Ciências da Natureza e suas Tecnologias pelo Enem. Uma delas pode relacionar a disciplina ao desenvolvimento tecnológico, na busca de soluções para problemas de comunicação, transporte ou saúde.

Outra habilidade trata da capacidade de confrontar informações científicas com as interpretações do senso comum. "Uma teoria válida hoje, daqui a algum tempo pode ser contestada. No caso da astronomia, isso ocorreu bastante. O Enem podem fazer questões com isso: como era o senso comum e o que a ciência diz, em contraposição", explica Silva. É o caso geocentrismo, cuja hipótese era de que a Terra estaria no centro do universo, mas que foi derrubada posteriormente pelo heliocentrismo, que afirma que os planetas giram em torno do sol.

Kepler

O professor de Física Roberto Tadeu Berro, do colégio Bom Jesus, elenca outros assuntos que merecem atenção, tais como: as Leis de Kepler, sobre o movimento dos planetas; a relação entre o período de translação e o raio da órbita dos corpos celestes; e o movimento e velocidade dos satélites. "São mais questões conceituais e que envolvem a percepção da trajetória dos corpos celestes. A dica é saber como associar o movimento dos corpos com os conceitos de mecânica, como força, velocidade e aceleração."

Cotidiano

Quanto à Geografia, a característica das questões é relacionar os assuntos da astronomia com o cotidiano, conforme explica o professor Adalberto Scortegagna, do curso Bom Jesus. Um exemplo é a influência da posição solar na luminosidade de casas e prédios. "Em anúncios de imóveis, geralmente tem a expressão ‘face norte’. Porque no Hemisfério Sul, as janelas voltadas para o norte recebem sol o dia todo. Tem ainda uma questão de saúde, porque esse imóvel não vai ter muitos ácaros", explica.

Outros temas citados pelo professor são as fases da Lua, o movimento aparente do Sol, solstício e equinócio e as estações do ano, com foco no conhecimento popular sobre esses fenômenos. "A previsão do tempo feita pelos povos antigos era baseada na interpretação dos astros."

Para eles, a astronomia é um prazer

A Astronomia pode parecer complicada e distante da rotina dos estudantes, mas é o assunto favorito de vários deles. É o caso da Ana Letícia de Lima dos Santos, de 18 anos. Com uma pontuação média de 773,5 nas provas objetivas do Enem 2013, ela ingressou no curso de Engenharia Civil da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Hoje, Ana Leticia faz um curso preparatório no Positivo para tentar o vestibular no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), onde pretende cursar Engenharia Aeronáutica. Durante o ensino médio, ela participou de competições de astronomia e, em 2013, ganhou medalha de prata na 5ª Olimpíada Latino-Americana de Astronomia e Astronáutica (Olaa), que ocorreu na cidade de Cochabamba, na Bolívia.

Para estudar o assunto, Ana Letícia chegou a frequentar aulas extras. "Quando eu estava no segundo ano, um professor me convidava para assistir às aulas do primeiro ano quando tinha algum assunto de astronomia", conta.

Neste ano, João Paulo Paiva, estudante do segundo ano do ensino médio no colégio Bom Jesus, gabaritou a prova da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica e conquistou a medalha de ouro. O interesse pelo tema começou ainda no ensino fundamental. Quando estava na sétima série, ele entrou em um clube de astronomia no colégio onde estudava. "Esse clube incitava bastante a curiosidade e me incentivou a pesquisar", diz. Os programas na internet e a visita a planetários também fazem parte da rotina de estudos dele.

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