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Wagner Rodrigo Régis percebeu a satisfação que a posição de professor oferecia quando ministrou uma oficina | Priscila Forone/Gazeta do Povo
Wagner Rodrigo Régis percebeu a satisfação que a posição de professor oferecia quando ministrou uma oficina| Foto: Priscila Forone/Gazeta do Povo

Saiba o que é impor­­tante para chegar lá:

- Decida o que quer ensinar. É indispensável a um bom professor gostar do conteúdo com que trabalha para lecionar com ânimo. Por isso escolher estrategi­camen­­te as áreas das titulações faz toda a diferença.

- Pesquise o que é necessário na área desejada. Há diferenças importantes entre os requisitos para ensinar em bacharelados, licenciaturas e tecnólogos. Numa escola de negócios, um MBA é essencial. Em Ciências Naturais se dá melhor quem dedica atenção exclusiva à academia, e em muitos tecnólogos a experiência profissional comprovada vale mais que um doutorado.

- Fique atento às oportunidades de bolsa. A maior parte dos cursos de mestrado e doutorado no país são pagos – e caros. Se pretende acumular títulos valiosos ao seu currículo é importante assumir o hábito de pesquisar em sites governamentais e de fundações que concedem bolsas. Nos últimos anos o número de oportunidades no exterior tem crescido.

Certamente muitos estudantes não veem a hora de concluir os estudos e deixar a faculdade rumo ao mercado de trabalho. Mas há um outro grupo, também numeroso, que nem pensa nisso e quer garantir o seu lugar na universidade por longos anos, mesmo depois da formatura. Para quem se apaixonou pelo ambiente acadêmico e pela pesquisa, a carreira de professor universitário é uma caminho que pode levar a grandes realizações.

O interesse pelo ofício pode nem sempre aparece antes do vestibular. Pode surgir a partir da admiração por um professor ou da experiência pessoal de dar uma aula, como ocorreu com Wagner Rodrigo Régis, formando do curso de Design na Universidade Positivo (UP). Tendo escolhido uma área bastante prática, na qual a maioria dos alunos quer ingressar em agências, foi quando ministrou uma oficina que Wagner percebeu a satisfação que a posição de professor oferecia. "Fiz estágios durante toda a faculdade, mas concluí que me sinto melhor lecionando e transmitindo conhecimento", conta o estudante, que já planeja para o ano que vem a disputa por uma bolsa de mestrado.

Títulos

Titulação, aliás, é indispensável para quem deseja viver na academia. Embora instituições de ensino técnico e tecnológico possam admitir professores apenas graduados, e com muita experiência profissional, as universidades e centros universitários mais renomados raramente contratam quem não tem um mestrado no currículo. O professor Fábio Murakami traçou sua estratégia de formação ainda nos bancos da faculdade, e hoje, com apenas 29 anos, já carrega uma especialização, um mestrado, um doutorado e é docente titular nos cursos de Farmácia da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e da Universidade Positivo (UP).

Apesar do histórico invejável, Murakami afirma que depois da ampliação de bolsas concedidas pelo governo o número de pessoas com doutorado cresceu muito e algumas vezes nem mesmo o título tem valor de grande diferencial. "Há muitos doutores disputando as mesmas vagas. Hoje o que vale mais é provar ser bom professor e pesquisador", diz.

Jornada dupla

Há, entretanto, quem não abra mão de atuar como profissional no mercado e passar essa experiência aos alunos, mesmo que isso resulte numa rotina intensa que geralmente inclui expediente em horário comercial e aulas à noite. Essa é uma realidade co­­mum nos cursos ligados ao mundo corporativo, como é o caso do professor Cristian Kim, do curso de Admi­­nistração no FAE Centro Uni­­versitário.

Empresário e executivo, Cris­­tian começou um mestrado na UFPR em 2005 com a intenção de ganhar conhecimento conceitual sobre negócios, sem pensar em docência. O contato frequente com professores o fez tomar gosto pela academia e no ano seguinte já assumiu algumas horas-aulas numa pequena instituição privada. Em 2009, enfim, retornou à FAE, onde concluiu sua primeira graduação. "É corrido, mas gosto muito de trocar experiência com gente jovem. A cada período conheço cerca de 80 pessoas novas, isso é gratificante", conta Cristian.

Didática

Para aqueles que sonham com a carreira, têm boa titulação, mas admitem não saber muito sobre didática, várias instituições oferecem especializações voltadas especificamente ao aperfeiçoamento de professores universitários. "Criamos o curso pensando nos profissionais que vão à sala de aula com bons conhecimentos técnicos mas não conseguem transmitir tudo o que sabem", explica a professora Cleide Meirelles Piragis, da Universidade Tuiuti do Paraná (UTP), coordenadora da especialização em Docência no Ensino Superior.

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