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A derrubada do Muro de Berlim, em 1989, marca o início de um novo  tempo: o fim da divisão do mundo em blocos e o triunfo do capitalismo e da democracia | Gerard Malie/ AFP
A derrubada do Muro de Berlim, em 1989, marca o início de um novo tempo: o fim da divisão do mundo em blocos e o triunfo do capitalismo e da democracia| Foto: Gerard Malie/ AFP

Não é fácil pensar em um fato jornalístico que sintetize os últimos 25 anos no Brasil e no mundo. Do impeachment de Collor à queda do World Trade Center, da popularização dos computadores e celulares ao fim da União Soviética, não há fato que, sozinho, sirva como medida da nossa época. Pensando bem, talvez exista um: as últimas décadas do século 20 foram marcadas pelo surgimento de um poder civil extraordinário, ancorado pela tecnologia. O poder de ver, registrar e compartilhar informações com o mundo por meio da internet. Esse "resgate da narrativa" teve um efeito extraordinário sobre a imprensa, obrigando os jornais a se tornarem mais ágeis e criativos.

Este caderno especial faz um grande registro da terceira fase da história da Gazeta do Povo, que começa em 1984, quando da abertura democrática nacional, e vai até 2009. Nesse período, além de acompanhar atentamente os fatos jornalísticos locais, nacionais e mundiais, o veículo também buscou se adaptar às novas exigências dos leitores. Em 1996 foi o segundo jornal do país a colocar na rede uma edição on-line. Em 1999, promoveu uma profunda reforma gráfico-editorial, com vistas a um público que já não se contentava apenas com o formato tradicional do jornal.

O professor e jornalista Walter Schmidt vivenciou na Gazeta boa parte desse período. "A equipe envolvida com a modernização do jornal na virada do século levou em conta a linguagem gráfica, o uso de cores e infográficos, assim como a necessidade de oferecer serviços e apresentar os assuntos de uma forma mais dinâmica. E, é claro, com a busca de conteúdo de qualidade", lembra. "O jornal, atualmente, já não disputa com outras mídias naquilo que é pontual, no factual. Ele se fortaleceu como fonte de opinião", pondera.

Questionado sobre os fatos mais memoráveis (aqueles que podem levar o chefe de redação a gritar a famosa frase "Parem as rotativas!") de sua época como responsável pelas notícias internacionais da Gazeta, Schmidt cita a queda do Muro de Berlim e o fim da União Soviética. "Eu também destaco a invasão do Kuwait pelo Iraque e a guerra que se seguiu, o genocídio em Ruanda, a consolidação da União Europeia e o surgimento da China como potência mundial."

O fim da União Soviética também é lembrado como uma "tremenda notícia" pelo jornalista e professor de comunicação Hélio de Freitas Puglielli, que, como profissional de imprensa, acompanhou os efeitos da Guerra Fria no mundo e em sua própria cidade. "Foi, sem sombra de dúvida, o acontecimento mais inesperado do século", avalia.

Sobre as mudanças no jornalismo nos últimos anos, Puglielli – que trabalhou como editorialista da Gazeta do Povo no período 2000-2002 – observa que a tecnologia obrigou os veículos a procurar se diferenciar. "O desafio para uma empresa de comunicação não é estabelecer um padrão, mas ter a sensibilidade para perceber as inclinações e as demandas do leitor." Segundo ele, é essencial pesquisar para saber, de fato, quem é o leitor. "Além disso, o veículo deve ter personalidade, até para que, em meio a tantas opções, o leitor não o confunda com outros veículos. Nesses quesitos, a Gazeta vai muito bem", avalia.

A seguir, você revê alguns dos fatos que ajudaram a construir a terceira fase da Gazeta do Povo. Para quem, diante de um mundo tão atribulado quanto o das décadas anteriores, esperava um pouco de tranquilidade, a História se mostrou cheia de novidades... e, logo, de grandes notícias!

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