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Flagrante de ônibus desrespeitando sinal em Curitiba | Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo
Flagrante de ônibus desrespeitando sinal em Curitiba| Foto: Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo

Motoristas de ônibus do transporte coletivo em Curitiba fazem cursos de reciclagem a cada quatro anos, segundo o Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc) e o Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp). Matéria publicada na edição de ontem da Gazeta do Povo mostrou que alguns motoristas de ônibus biarticulados não respeitam os sinais vermelhos na cidade. Segundo a Urbs, empresa da prefeitura de Curitiba que administra o transporte na capital, e representantes de empresas de ônibus ouvidas pela reportagem, os veículos do transporte coletivo são multados normalmente quando flagrados por agentes de trânsito. A Urbs, no entanto, não soube informar o número de multas aplicadas.

De acordo com a assessoria da Urbs, a Resolução 168 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), de dezembro de 2004, estabelece que os motoristas do transporte público façam curso de 50 horas e uma atualização no mínimo a cada cinco anos, quando da renovação da carteira nacional de habilitação (CNH). Os cursos têm itens como legislação de trânsito, direção defensiva, noções de primeiros socorros, respeito ao meio ambiente e convívio social no trânsito, entre outros temas. Para se tornar motorista do transporte coletivo, o candidato deve ter mais de 21 anos de idade e ser habilitado, no mínimo, na categoria D ou na categoria E (no caso de biarticulados). Os cursos de formação e de reciclagem são ofertados por cinco autoescolas cadastradas pelo Detran-PR, nas unidades do Sest/Senat, do Sistema Confederação Nacional dos Transportes (CNT) ou pelas próprias empresas de transporte coletivo.

Segundo o diretor administrativo do Sindimoc, Valdecir Bolete, as empresas também exigem um curso complementar, ofertado pelo próprio sindicato. "Passamos os deveres e os direitos dos motoristas. Sempre passamos orientações de segurança, para eles não furarem o sinal e para que não façam loucuras por causa do horário", afirma Bolete. "Não é só a vida deles que está em jogo, as vidas dos usuários do transporte coletivo também estão. É um trabalho de conscientização para que eles façam o trabalho normalmente, sem pressa", acrescenta. O curso do Sindimoc é gratuito e dura cinco horas.

Bolete considera natural que haja acidentes e atropelamentos envolvendo veículos do transporte coletivo. "É óbvio que acontece. Por dia são transportadas cerca de 2,8 milhões de pessoas em Curitiba e região metropolitana. Pode acontecer um caso em um dia, dois no outro, isso sempre vai acontecer", diz. Segundo ele, somente as empresas têm o controle das ocorrências. O Batalhão de Polícia do Trânsito (BPTran), da Polícia Militar, não tem um levantamento do número de acidentes envolvendo ônibus do transporte coletivo (as ocorrências são divididas pelo tipo de veículo), nem o número de atropelamentos causados por ônibus.

De acordo com a assessoria do Setransp, as empresas de transporte coletivo têm escolas próprias para cursos de reciclagem. A assessoria da Urbs informou que o cadastro dos motoristas é enviado mensalmente pelas empresas. O Regula­mento do Transporte Coletivo de Curitiba (Decreto 1.356), além de exigir que os motoristas cumpram as exigências previstas do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), determina que os candidatos não tenham deficiência física incompatível com a função nem sejam portadores de doença infectocontagiosa grave.

Acidentes

Segundo dados do Detran-PR, o número de acidentes com vítimas envolvendo ônibus (particulares e do transporte coletivo) aumenta a cada ano no estado. Foram 1.559 em 2004, 1.593 em 2005, 1.678 em 2006 e 1.819 em 2007. Os dados de 2008 e 2009 ainda não foram atualizados. O BPTran, que tem as estatísticas atualizadas de Curitiba, não teve expediente ontem, devido às comemorações pelos 155 anos da Polícia Militar no Paraná.

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