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A Fifa exigiu que construíssemos a qualquer custo 12 estádios sob os padrões dela para a Copa. Estamos sangrando para liberá-los a tempo, mas os jogos sairão sem nenhum problema, como aconteceu na África do Sul, na Olimpíada da Grécia ou no Pan de Santo Domingo. Esse filme eu já conheço. No dia da abertura é jardineiro colocando tabletes de grama ali, calceteiro ajustando pedra pra cá e tudo acaba bem. Não será esse o problema. O que pega é o entorno, a facilidade de entrada e saída, a segurança, a limpeza e suficiência dos banheiros, o estacionamento, as lanchonetes, a orientação dos voluntários, e por aí vai.

Outro dia assistindo a uma palestra elucidativa sobre Missão Técnica para China, o diretor do Sebrae, Allan Costa, destacou um dado interessante: por que é que os chineses não vêm para o Brasil a negócios, preferindo o México e outros emergentes? O chinês – dizia o palestrante – como qualquer estrangeiro que chega a outro país, precisa no primeiro contato de coisas simples que se tornam essenciais para sentir-se em casa. Para eles, o café da manhã (ao estilo chinês), um par de chinelos e água quente para tomar seu chá é imprescindível quando se hospedam. Simples, não? Pois é, mas isso eles não encontram nos hotéis brasileiros, e por detalhes como este, o Brasil acaba perdendo grandes negócios.

Assim acontece com o torcedor/turista logo na descida. Se a esteira é funcional, se as malas chegam intactas, se o banheiro do aeroporto é limpo, se o taxista cobra o preço justo, e se o hotel acomoda com rapidez e conforto, o pontapé inicial para que se sinta em casa está dado. A partir daí tudo é dez. Flui. A cidade e as pessoas tornam-se agradáveis. Quem chega exausto de uma viagem, não está preocupado com o painel do aeroporto, com as flores na beira da rodovia ou com o lustre do hotel. O mesmo acontece com e nos estádios.

Os maiores problemas para os grandes eventos no Brasil é o atendimento. O elemento facilitador, a objetividade, a agilidade na comunicação móvel, a internet. Se a calçada é feita de petit-pavé ou de concreto, pouco importa. Penso que estamos colocando o carro à frente dos bois. Não há o preparo, o cuidado e o foco direcionado a coisas objetivas. É isso que faz a diferença.

Pensamos somente nas obras. Estas envolvem muito dinheiro; aquelas, bom senso e espírito altruísta.

Sua Senhoria

Sua Senhoria, o árbitro, foi o assunto da semana. Acusações, choradeiras e brandas punições. Quando se percebe bocejo durante um discurso; quando a comissária de bordo pede para manter a calma; quando a torcida festeja a "hola"... é sinal de que alguma coisa não vai bem.

Se com letras garrafais as manchetes da semana abordaram a arbitragem como tema, é sinal de que o futebol propriamente, não agradou no primeiro turno. Foi um voo de ida bocejante. Hoje começa o trajeto da volta. Se os protagonistas do returno não forem os árbitros, talvez o torcedor desperte. Espero.

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