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Rafinha apresentou-se ao mundo do futebol na Copa São Paulo de 2002. Na Portuguesa treinada por Edu Marangon e liderada em campo por Alex Afonso, era ele a peça que saía do banco de reservas para acelerar os jogos. Foi assim em todas as partidas do torneio. Rafinha fez quatro gols e a Lusa sagrou-se campeã sobre o Cruzeiro de Ney Franco e do goleiro Gomes.

O ano, porém, terminou mal no Canindé. A Portuguesa acabou rebaixada no Brasileirão junto com Palmeiras, Botafogo e Sport. Sem dinheiro, o clube terceirizou o departamento de futebol, se desfez de alguns jogadores por trocados e perdeu outros em final de contrato. Rafinha se encaixa no segundo caso. Com a mesma estratégia usada para levar Danilo, Mineiro e Josué, o meio-campo campeão da Libertadores em 2005, ao Morumbi, o São Paulo foi buscar Rafinha na Portuguesa.

O que deveria ser a grande chance da carreira do meia-atacante acabou se tornando o início de uma série de frustrações. Rafinha nunca jogou no São Paulo. Quando não virava moeda de troca em negociações era emprestado para eliminar o excedente do elenco tricolor. Assim rodou por Santo André, Grêmio, São Caetano, Goiás, Paraná, até, enfim, chegar ao Coritiba como "indenização" para a saída de Carlinhos Paraíba.

Todo essa história deve estar passando sem parar na cabeça de Rafinha – e continuará assim até a bola rolar amanhã à noite, no Couto Pereira. A gana de enfrentar o São Paulo foi admitida pelo próprio jogador, logo após a partida contra o Atlético Goianiense, incomodado com a relação entre sua ausência no jogo do Morumbi e o interesse chinês em sua contratação. Como no futebol muitas vezes a versão supera o fato, ficou impregnada na cabeça do torcedor a história de que Rafinha refugou para reduzir o risco de se machucar enquanto negocia o contrato da sua vida.

Uma injustiça. É sabido que Rafinha nunca tirou o pé de dividida alguma, pelo contrário, já levou cartões exatamente por não evitá-las. Mas também é fato que Rafinha continua devendo uma exibição de gala em um grande jogo com a camisa coxa-branca. Ele nunca fez gol em Atletiba, também não foi protagonista em nenhum dos grandes jogos do Coritiba de Marcelo Oliveira. Ano passado, com Marcos Aurélio e Bill no time, era aceitável que ele fosse coadjuvante. Agora, não. O craque do time é Rafinha.

Claro, ele não vai ganhar sozinho a vaga na final. Mas é Rafinha que a torcida espera ver puxando o Coritiba para cima do São Paulo. Para o jogador, uma chance única de ajustar as contas com o passado e o presente. Tirar o único título que falta do clube que o desprezou, ser decisivo para o Coritiba em uma decisão de verdade e ainda enterrar qualquer insinuação sobre suas ausências recentes. Está tudo nos pés e na cabeça de Rafinha. Se tudo der certo amanhã, até uma eventual saída para a China se tornaria digerível. Mesmo porque o dinheiro faria um bem danado aos cofres alviverdes.

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