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"O jornalismo esportivo envolve muitas vezes assuntos econômicos, políticos, de moda, comportamento, investigações... Já fiz tudo isso e na abertura da Copa do Mundo me especializei em outra vertente: a policial. Ou melhor (ou pior): correr de policial. Já havia "treinado" na Copa das Confederações-13, em Salvador, quando acompanhei a truculência totalmente desnecessária – naquele caso específico – do Batalhão de Choque baiano. Ontem, estava preparada. Cheguei cedo à estação Carrão, onde um protesto foi marcado. As ruas laterais estavam cheias de policiais. Em uma delas, com o asfalto todo pintado de verde e amarelo, os caminhões do Choque escondiam uma rara decoração pró-Copa. Nunca havia visto tantos PMs juntos. E tão tensos.

Avisei aos colegas na Redação que nenhum manifestante se criaria ali. A polícia não deixaria. Antes mesmo de os black blocs aparecerem com a ignorância e vandalismo de sempre, precisou uma provocação a mais para a PM agir.

Percebendo a tensão, comecei a me afastar, mas não consegui escapar de bombas, do assustador som de tiros de balas de borracha e daquele cheiro – o mesmo de um ano antes. O morador de um condomínio me ajudou e pude cuidar dos olhos ardendo. Ao menos três colegas jornalistas não tiveram a mesma sorte e foram feridos. Estou ficando craque."

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