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O torcedor rubro-negro José Spack deixou de frequentar a Arena: “Não me sinto à vontade”. | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
O torcedor rubro-negro José Spack deixou de frequentar a Arena: “Não me sinto à vontade”.| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

Os estádios de Curitiba estão desprestigiados. Levantamento da Paraná Pesquisas, encomendado pela Gazeta do Povo, indica que apenas 15,2% dos curitibanos costumam ir com frequência ao Couto Pereira, Arena da Baixada e Vila Capanema. O estudo ouviu 951 pessoas entre 13 e 16 de dezembro e a margem de erro é de 3%. O resultado alarma Atlético, Coritiba e Paraná e faz o Trio de Ferro traçar planos para reverter o cenário.

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Presidente do Furacão, Luiz Sallim Emed encara o baixo número de torcedores assíduos nas praças esportivas da capital com preocupação. “É até interessante que apenas 50% dos sócios do Atlético comparecem com frequência ao estádio. É um número que reforça a pesquisa. Mesmo sendo sócio, tem gente que não comparece”, analisa.

Já o CEO do Coritiba, Gilberto Griebeler, vê na baixa média de ocupação dos estádios um problema nacional. “Assim como a queda da audiência televisiva, o fim de equipes esportivas de rádios e jornais vendendo menos esporte”, endossa. “A valorização do futebol deve ser de todos, sejam clubes, federações, associações, torcedores ou imprensa”, prossegue.

Vice-presidente do Paraná, Christian Knaut afirma que os números não surpreendem e atrela o panorama a uma questão cultural. Apesar disso, ele admite que os clubes devem buscar alternativas para atrair mais gente aos estádios. “Ao contrário do que muitos pensam, o fluxo de bilheteria, considerando pagantes e sócios, é muito importante para a saúde financeira do Paraná”, relata.

Em comum, o trio de dirigentes garante buscar fórmulas para atrair mais torcedores aos campos. Sallim acredita que a reversão do quadro passa por boas campanhas, um calendário menos inchado, com jogos mais atrativos, assim como pela diminuição da crise financeira pela qual passa o país. “Os clubes têm de estudar essa conjuntura, esse perfil de torcedores, para oferecer uma atração maior para esse público”, prega.

Já Griebeler revela que o Coxa se esforça para fortalecer os planos de sócios através de campanhas que aproximam os torcedores do clube e dos jogadores. “Nosso empenho é quebrar o senso comum de que o produto é ruim, que dirigentes não prestam, que jogadores são mercenários e que há mais o que fazer do que ir ao estádio”, reforça.

Por fim, Knaut atrela uma Vila mais cheia a um time paranista mais competitivo e às mudanças no plano de sócios do clube que serão anunciadas em breve. “São propostas que se enquadram à nossa realidade e também com adaptações à atual situação econômica do futebol brasileiro”, encerra.

Torcedores apontam “desilusões” para ausência dos estádios

Desilusão com o futebol moderno, insatisfação com as campanhas dentro de campo e sentimento de abandono por parte dos clubes. Estas são algumas das razões citadas por torcedores de Atlético, Coritiba e Paraná que fazem parte dos 84,8% de curitibanos que não frequentam estádios com assiduidade.

O empresário atleticano José Spack, 27 anos, ia a todos os jogos na Baixada pré-Copa do Mundo. Na nova Arena, deixou de ir. “Sentia-me à vontade, podia ficar de pé, cantar. Hoje teria de mudar para o setor da Fanáticos para isso”, conta. “A última vez que me senti à vontade foi quando jogamos na Vila Capanema. Não sou adepto do futebol moderno”, completa.

O engenheiro coxa-branca Bruno Sthalke, 27 anos, é outro que passou de figurinha carimbada no Couto Pereira a espectador distante. “A falta de compromisso das diretorias com a gestão profissional começou a me incomodar. Depois, os escândalos envolvendo a FIFA e a CBF fizeram que com que eu trocasse o interesse pelo futebol por outras áreas”, conta ele, que diz ter sido sócio do clube por dez anos.

O engenheiro paranista Thiago Meister, 27 anos, frequentava todos os jogos que podia do Tricolor. Mas só até 2013. “A gente sente muito as más campanhas. Já gastei muito tempo, dinheiro e garganta para incentivar a equipe e só me dei mal”, comenta, para em seguida criticar a falta de planejamento do clube, com seguidas trocas de treinadores e reformulações de elenco

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