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Para os analistas da Gazeta do Povo, clássico Atletiba do Brasileiro teve pontos positivos para os dois rivais. | Hugo Harada/Gazeta do Povo
Para os analistas da Gazeta do Povo, clássico Atletiba do Brasileiro teve pontos positivos para os dois rivais.| Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo

1) O Atletiba recuperou o Coritiba e manteve o embalo do Atlético?

Leonardo Mendes Júnior: O Coritiba deu alguma esperança. Evoluiu taticamente, suportou bem a pressão de enfrentar o Atlético na Arena - e fez essa pressão virar contra o Atlético. Precisa provar que pode ser assim constantemente, não apenas em uma situação especial como é um clássico, onde fica mais fácil mobilizar o time. O Atlético manteve a média das atuações em casa, mas não teve o resultado. É o primeiro bom teste para esse time, demonstrar que sabe administrar os pontos perdidos na Arena.

Luiz A. Xavier: Eu acho que sim. O Coritiba mostrou um certo padrão de jogo e conseguiu fazer uma boa partida, com os meias chegando para finalizar lá na frente e a equipe tocando melhor a bola. O Atlético mostrou que não está lá em cima por acaso, já que a partida contra o Grêmio o time havia mostrado um bom futebol e perdido, e o time voltou a fazer uma boa apresentação.

Carneiro Neto: O Coritiba estava com medo de perder antes do jogo, e o Atlético ficou com medo de perder durante o jogo. O empate acabou sendo bom pra todo mundo. Mas o Ney Franco vai ter muito trabalho no Coritiba, que escancarou deficiências, principalmente na parte física. O Atlético mostrou que o Nikão e o Marcos Guilherme fazem falta, já que o Ytalo não mostrou futebol para ser um bom substituto.

Adriano Ribeiro: Foi o melhor jogo do Coxa no Brasileirão, mas a motivação para um clássico é única. É preciso ver se essa entrega e empolgação vão persistir. É cedo para dizer que houve recuperação, mas o time precisa se ajustar logo com os novos reforços. A distância para fora da ZR já é de cinco pontos. Para o Atlético, não perder foi lucro, mas a posição na tabela ainda é bem confortável.

2) O Atlético deveria se reforçar ou manter a aposta neste elenco?

Leonardo Mendes Júnior: A necessidade de reforçar o time já vem de antes do Atletiba e não se torna mais ou menos urgente pelo resultado. Com o que tem hoje, o Atlético é capaz de fazer um Brasileiro sem sustos. Para ir além, precisa de um meia mais confiável - basta ver o tamanho da falta do Nikão, que ainda assim precisa reverter um retrospecto de instabilidade. E um atacante que possa tanto jogar junto com o Walter no mesmo nível, como assumir o comando do time em campo quando o Walter estiver fora.

Luiz A. Xavier: O Atlético ainda precisa daquele camisa 10, que consiga fazer a transição do meio para o ataque. Muitas vezes o time atleticano apela para os chutões e acaba ficando dependente do Walter segurar a bola lá na frente.

Carneiro Neto: Precisa de reforços se quiser continuar brigando na parte de cima da tabela. O campeonato é muito longo, depois começam os desfalques por cartões, lesões e o time não tem elenco, mostrou isso no clássico. E a diretoria está em débito com o a torcida, já que construiu um grande estádio mas montou um time fraco tecnicamente na minha opinião.

Adriano Ribeiro: Deve se reforçar com certeza. Não dá para se enganar com a posição provisória no G4. O objetivo do time é não cair. A tabela foi boa na reta inicial e o time não vacilou. Nas últimas duas rodadas, com jogos mais complicados, as vitórias não vieram. O time mostra carências no meio de campo e Walter precisa de um companheiro de ataque digno.

3) Algum time já desponta como favorito neste Brasileiro?

Leonardo Mendes Júnior: Ainda está nebuloso com times se remontando e o efeito das rodadas em que algumas equipes se dividiram entre Brasileiro e Libertadores. O São Paulo, mesmo com este quadro, está lá em cima. Quando o campeonato estabilizar, parte em vantagem. O Galo tem um time forte, está por perto e deve ficar. A dúvida sempre é o Inter. Tem um ótimo elenco, mas está envolvido na Libertadores (que logo voltará a ser sua prioridade) e já perdeu uma quantidade de pontos que o colocam a uma distância do São Paulo, por exemplo, difícil de tirar.

Luiz A. Xavier: É muito cedo para apontar algum favorito. O campeonato ainda está naquela fase de gangorra, muito sobe e desce na tabela. A partir da 12ª rodada até o final do primeiro turno que a classificação começa a se definir.

Carneiro Neto: Não, os times estão uma confusão, todos trocando de treinador e se arrumando. O Atlético-MG é um que começa a aparecer bem, manteve o treinador e o time. O São Paulo contrata treinador internacional com elenco meia boca. Os gaúchos parecem ser fogo de palha como sempre. O Palmeiras investe e continua com time fraco. Acho que os favoritos só vão aparecer no começo do segundo turno.

Adriano Ribeiro: São Paulo. Contratou um técnico dedicado e que ganhou o elenco em pouco tempo. Entre os chamados “grandes” é o time que menos vacilou neste começo de Brasileiro e que mostra ter fôlego para seguir brigando até o fim. O Atlético-MG corre por fora. Sport e Atlético estão criando gordura para fazer um campeonato seguro, mas não vão brigar por título.

4) O que você acha da ideia da grama sintética na Arena da Baixada?

Leonardo Mendes Júnior: Do ponto de vista econômico, não tem muita dúvida. É mais barato do que a grama natural. Mas não vejo experiência mundo afora, mesmo com gramados de alta tecnologia, que tenha sido aprovada por quem realmente joga. Aliás, é uma situação interessante. Só se empolga com grama sintética quem nunca calçou chuteiras na vida. O Atlético deveria ouvir com atenção quem joga antes de tomar essa decisão. De qualquer maneira, se houver mesmo a troca, rapidamente se tornará uma vantagem para o time. O Atlético estará adaptado ao gramado sintético; os adversários, não.

Luiz A. Xavier: A grama sintética hoje não assusta mais como antigamente. Na Europa nós já vemos gramados sintéticos de qualidade, com todo o avanço da tecnologia. E o fato da Arena da Baixada estar toda coberta, a grama sintética pode ser uma boa para o Atlético.

Carneiro Neto: É difícil de opinar porque é um assunto que não domino. Particularmente eu não entendo da parte técnica sobre os gramados, e também nunca joguei em gramado sintético, não é a minha área.

Adriano Ribeiro: O risco de lesões é maior e a absorção de calor também (neste caso o clima curitibano ameniza). Não gosto da ideia. É preciso padrão nos gramados brasileiros. Se o Atlético conseguir a aprovação para a instalação na Baixada, pode ser um diferencial do time.

5) Após oito jogos, qual a avaliação possível do Paraná?

Leonardo Mendes Júnior: Ainda não passa a confiança de ser um time que irá brigar para subir. A defesa passa pouquíssima segurança, o meio-campo ainda não tem consistência e no ataque não tem um cara que você olhe e tenha segurança de que, na hora difícil, é por a bola nele que resolve. Tem toda a demora para encaixar um time novo. Isso deve ser respeitado. Mas individualmente as peças não dão a impressão de que vão formar um bom time. E o Nedo não é técnico pra subir, é técnico pra não cair. O que pode fazer a diferença é manter salário em dia. Daqui dois, três meses alguém que está lá em cima vai patinar porque perdeu fôlego financeiro. É uma brecha que o Paraná pode aproveitar.

Luiz A. Xavier: Parece que está se entrosando. Este tempo que o Nedo Xavier teve para trabalhar o time foi produtivo. É um elenco que começou do zero, e demora até os jogadores saberem o jeito que cada um gosta jogar, receber a bola. A impressão que eu tenho é que a tendência é o Paraná evoluir mais durante a competição.

Carneiro Neto: O Paraná não tem muitas chances de subir. Esse ano a Série B tem um grupo de times fortes que vão brigar lá em cima da tabela e o Paraná não tem time para fazer frente. O time tem que se segurar ali no meio da tabela para não se aproximar do rebolo lá de baixo.

Adriano Ribeiro: Baseado no que foi visto agora: vai ser, mais uma vez, um time de meio de tabela, sempre mais perto da ZR do que do G4. O time tem jogado muito mal. Nedo teve dez dias para trabalhar com o elenco e não houve evolução. Só não perdeu para o lanterna Mogi, porque os paulistas não souberam matar o jogo no primeiro tempo. É preciso evoluir muito.

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