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Rogério Bacellar, presidente do Coritiba, cumpre promessa de campanha: clube aberto. | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Rogério Bacellar, presidente do Coritiba, cumpre promessa de campanha: clube aberto.| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

O déficit projetado do Coritiba para 2015 é atualmente de R$ 15 milhões. O valor, que exemplifica a atual dificuldade financeira do clube, é um dos dados divulgados pela diretoria alviverde nesta quinta-feira (6) em seu recém-criado portal da transparência. Hospedado no site coxa-branca, o portal traz detalhes administrativos e financeiros da equipe do Alto da Glória. Essa abertura da “caixa-preta” era uma promessa de campanha.

“É uma maneira de mostrar que, além de transparentes, estamos trabalhando com lisura e pés no chão por um clube forte e sólido”, discursou o presidente Rogério Bacellar, que em seis meses no cargo ainda não conseguiu diminuir o rombo no caixa verde e branco. Com uma receita estimada de R$ 85,516 milhões e despesas para o ano batendo na casa de R$ 101 milhões – sendo R$ 47,2 milhões só com os salários das equipes principal e sub-23 –, a gestão prevê que o buraco financeiro aumente em mais R$ 15 milhões no fim do ano, como descrito no início da reportagem. Quando assumiu o poder, a chapa de Bacellar descobriu que as dívidas chegavam a R$ 200 milhões.

Em sua defesa, a cúpula alviverde destaca que terá de arcar com uma despesa projetada de R$ 25 milhões herdada das administrações anteriores. O que significaria que, sem esse passivo, a atual gestão teria um superávit projetado de R$ 10 milhões.

A expectativa para sanar essa hemorragia financeira é negociar parcelamentos e renegociações para retomar o crédito na praça. “Com as negociações com a Receita Federal e a previdência, teremos novamente a certidão negativa de débitos, liberando valores retidos de patrocínios. Aliado ao apoio dos torcedores, vamos receber mais dinheiro”, explicou o presidente. O clube ainda tem R$ 4 milhões para receber da Caixa pelo patrocínio da camisa.

O portal da transparência, porém, não trata apenas de dinheiro. Em um dos tópicos, chamado de BIC (Boletim Informativo do Coritiba), estão listados todos os 75 jogadores que têm vínculo com o Coxa. São 38 no elenco principal, 30 na equipe sub-23 que disputa a Taça FPF, e 7 emprestados para outros clubes.

Uma das grandes preocupações no Alto da Glória em relação ao plantel é referente à divisão dos direitos econômicos das jovens promessas. O Coritiba não tem 100% dos direitos econômicos de nenhum jogador formado em suas categorias de base. Pertencem completamente ao clube somente os atletas mais experientes, como Lúcio Flávio, Kléber, Marcos Aurélio e Wilson, trazidos para ajudar a salvar o time do rebaixamento. Eles têm contrato até o final deste ano e nenhuma perspectiva de retorno financeiro.

Artilheiro do Alviverde na temporada, com 16 gols, Rafhael Lucas, de 22 anos, tem 70% de seus direitos pertencentes ao Coxa. Seu contrato, porém, acaba apenas em 31/12/19. Outro garoto que vem se destacando nessa segunda metade do ano, o também atacante Evandro, de 18 anos, tem vínculo no Alto da Glória até 31/12/18, mas apenas 50% dos direitos do menino são do clube.

O enxugamento da folha salarial e novas diretrizes para a condução das negociações com jovens promessas pode mudar esse panorama. “Tínhamos uma folha de R$ 7 milhões, com dívidas e atrasos. Hoje é de R$ 3,2 milhões e todos os compromissos com o elenco estão em dia”, contou Bacellar. Para o presidente, o Unific, unidade criada para observar e avaliar jogadores, do elenco ou potenciais reforços, é o grande projeto de reformulação do grupo coxa-branca.

Também estão listados no portal da transparência Coxa 73 projetos e/ou metas estabelecidas pela atual gestão. Entre os itens, 17 já foram concluídos, 16 já foram iniciados, 17 estão com pelo menos 25% atingidos e 23 ainda não foram iniciados.

Sócios aumentam

O dado mais positivo, além da existência do portal em si, é o número de sócios adimplentes do clube durante a temporada. De janeiro a junho o número saltou de 16.632 no início do ano para 19.850 em junho (pico de 20.325 em maio), injetando valores importantes para a saúde financeira do clube. A média de torcedores que vão efetivamente ao estádio, no entanto, é de 13.124 por jogo (oito partidas no Couto Pereira).

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