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Cláudio Tencati observa os jogadores durante o treino do Londrina para o duelo decisivo com o Confiança, dia 18. | Gilberto Abelha/Jornal de Londrina
Cláudio Tencati observa os jogadores durante o treino do Londrina para o duelo decisivo com o Confiança, dia 18.| Foto: Gilberto Abelha/Jornal de Londrina

Voltar para a Série B é um sonho antigo do Londrina. Com mais uma vitória, em seu território, diante do Confiança-SE, o Tubarão pode transformar esse desejo em realidade, 11 anos depois de ter se despedido da Segundona de maneira melancólica. Em 25 de setembro de 2004, o Alviceleste deu adeus ao torneio perdendo por 2 a 1 para o Marília, fora de casa. Fazer o caminho inverso, no duelo marcado para o dia 18, significa mais do que apenas um reforço para a autoestima londrinense.

“Muda tudo. A gente tem a chance de sair do nada e ir para algum lugar”, definiu o gestor do clube, Sérgio Malucelli. O “nada” a que o empresário se refere já é um cenário bem melhor do que havia em 2011, ano em que começou a parceria entre o LEC e a SM Sports. Naquela época, o Tubarão amargava uma ingrata missão de disputar a Segunda Divisão do Paranaense.

Passados quatro anos, com um título estadual e dois do interior no currículo, além de vagas conquistadas nas séries D e C do Brasileiro e uma boa participação na Copa do Brasil em 2014, o sonho é alçar voos maiores. Na Série B, o Londrina passaria a figurar entre os times de primeira linha do futebol brasileiro. E isso significa dinheiro em caixa para o clube, na forma de repasses de direitos de transmissão dos jogos pela tevê.

“Nós nunca vimos a cópia dos contratos da CBF com as emissoras que estão transmitindo a Série C [Rede Brasil e Esporte Interativo]. Isso é absurdo, e na prática, não chega centavo algum para o time. Na Série B é diferente. Existem os canais de tevê por assinatura, existe o pay-per-view, e isso chega a render cerca de R$ 4 milhões em cotas para os times. E esse valor ainda tende a aumentar para o ano que vem”, revelou Malucelli.

Ainda de acordo com o empresário, a ajuda financeira da CBF para os clubes da Série C é mínima. A cada jogo fora de casa, a entidade banca 25 passagens e duas diárias em hotel para cada uma dessas pessoas. Somente no último jogo, diante do Confiança, em Aracaju, a delegação do LEC viajou com 31 integrantes. Ou seja, precisou pagar do próprio bolso pelo deslocamento e hospedagem de seis pessoas.

Visibilidade

Além do dinheiro em caixa, a visibilidade do clube também aumenta exponencialmente com o acesso. Se na Série C, um time tem entre 18 e 24 jogos, esse número aumenta para 38 partidas na Série B – todas transmitidas pela tevê – uma ótima vitrine para negociar jogadores, uma das especialidades do gestor londrinense. Com mais retorno de público, aumenta a chance de negociar bons patrocínios e de arrecadar mais dinheiro para fortalecer o elenco.

“Jogando na Série B, o sócio-torcedor do Londrina teria uma vantagem como nunca antes houve”, avaliou Felipe Prochet, presidente do Londrina Esporte Clube. “Quem tem a carteirinha entra de graça nos jogos. E isso significa jogos durante todo o ano, contra grandes equipes do futebol do Brasil. Hoje nós temos pouco mais de 2,5 mil torcedores cadastrados, mas temos um potencial para termos 5 mil, 10 mil, até 15 mil, por que não?”, falou, prevendo aumento de público no Estádio do Café.

Dentro de campo, o acesso do Londrina fortaleceria o futebol do Paraná como um todo. A avaliação é do técnico Cláudio Tencati. Ele, que confirmou estar torcendo para o Operário de Ponta Grossa subir para a Série C, disse que o Londrina já está pronto para entrar em uma nova divisão. “Na minha opinião, o Londrina já voltou a ser um time de Série B. Essa partida é muito importante para todos nós. Já pensou, dois clubes tradicionalíssimos do interior, um na Série B e outro na Série C? Daqui a pouco aparece um terceiro. Foi assim em Santa Catarina, e pode ser assim no Paraná”, apontou.

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