Ao menos uma coisa positiva o estupro coletivo cometido no Rio de Janeiro despertou. Em meio à indignação geral pela violência do ato, está sendo discutido, ou questionado, o papel das mulheres em diversos setores da sociedade. E o futebol deve aproveitar o momento.
Seria legal ver, por exemplo, uma manifestação de Atlético, Coritiba e Paraná sobre o assunto. Até então, nada. Diversos times deixaram um recado nas redes sociais – Internacional, Corinthians, Sport, Santa Cruz, Náutico, Bahia, Grêmio etc...
É pouco, óbvio. Mas, quem sabe, seja um início.
Comecei a freqüentar estádios no final dos anos 80, virada para os 90 e, naquela época, levar uma mulher ao jogo era quase uma insanidade. Chamasse atenção dos torcedores e a moça era “saudada” com uma música que começava com “morena (loira) vagabunda”...
De lá pra cá, muita coisa melhorou. As meninas participam mais, estão nas arquibancadas de todos os clubes, nas torcidas organizadas e nas sociais. Vão às partidas sozinhas, em grupo ou acompanhadas. Ainda bem, virou algo normal.
Mas dá para melhorar. Ainda há uma sensação de que aproveitam o futebol com a “permissão” dos homens. “Ok, tudo bem. Vocês podem assistir, mas há limites, ok? Vocês podem ir até determinado ponto, depois é com a gente”.
Há a ideia de que elas são fãs dos jogadores só pela beleza, de que não entendem de tática, de que vão ao estádio só para paquerar, de que a paixão pelos clubes não é tão intensa como a dos marmanjos, enfim, uma série de preconceitos.
É claro que tudo isso não passa de besteira. E que ainda há muito a ser feito para equilibrar as coisas entre homens e mulheres no meio do futebol. Com justiça, sem favor algum. Vai ser melhor para todos.
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