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À frente da obra da empresária Patricia Müller, o engenheiro civil Aldo Cesar Prigol comanda o uso dos materiais de segunda mão. | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
À frente da obra da empresária Patricia Müller, o engenheiro civil Aldo Cesar Prigol comanda o uso dos materiais de segunda mão.| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

Não há como fugir. A realização de uma obra de reforma ou construção resulta, em maior ou menor grau, na sobra de materiais e equipamentos. Isso significa que, além da dor de cabeça que enfrenta durante a gestão da obra, o proprietário do imóvel precisa gastar energia – e dinheiro – para dar um fim às sobras da construção.

Planejamento prévio e detalhado reduz as sobras de materiais

O planejamento prévio e detalhado dos materiais que serão utilizados na construção são outra importante ferramenta utilizada pelas construtoras para reduzir o desperdício nas obras. Na Konzept Construções Civis, por exemplo, os profissionais fazem cálculos sobre a quantidade necessária de argamassa, rejuntes, areia e outros materiais, como conta a arquiteta e proprietária Milena Schulmeister.

A arquiteta explica que, de acordo com o que determinam as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), tanto os profissionais do ramo quanto as pessoas leigas conseguem checar na embalagem do produto seu rendimento, seja por metragem linear ou quadrada, o que facilita a estimativa. “Os fornecedores e lojas de materiais de construção contam com promotores e canais de atendimento pelos quais as pessoas também podem tirar dúvidas e buscar informações sobre os produtos”, orienta.

Na Construtora Baggio, que trabalha com preço fechado para construção, incluindo mão de obra e material, a redução do desperdício contribui para a economia da empresa que, consequentemente, tem reflexos no valor pago pelos clientes. “Tentamos desperdiçar o mínimo possível de material, sem pecar na qualidade. Temos um depósito da construtora com um gerente responsável pela gestão dos produtos e sobras, que podem ser remanejadas para outra obra se o material estiver na validade e puder ser utilizado”, conta João Paulo Baggio, diretor de engenharia construtora.

Para minimizar este problema, algumas construtoras, como a Greenwood, têm adotado sistemas de reúso dos materiais, estimulando a comercialização dos produtos entre as obras e gerando economia para os clientes. Entram na lista de itens comercializados ferros, cimento, fiação e tapumes, além de carrinhos de mão e equipamentos de segurança, como botas e capacetes.

A metodologia de “giro”, desenvolvida pela engenheira civil e proprietária da construtora, Syonara Thomé, começa com a elaboração de um inventário no qual são relacionadas todas as sobras e estudado um preço para a venda dos produtos ou do lote. O cálculo é baseado nos valores praticados pelos fornecedores, descontada a depreciação natural. “Para produtos novos, que não foram utilizados, o valor fica abaixo do praticado no mercado. Os materiais e equipamentos usados, que ainda estejam em condição de uso, são avaliados em 50% do valor”, explica Syonara.

A proposta, então, é apresentada ao dono da obra para que ele autorize (ou não) a venda. Em caso afirmativo, a própria construtora se encarrega de localizar um comprador, entre seus clientes, para os produtos. “É uma opção na qual todos ganham. O cliente que finaliza a obra recebe um crédito em dinheiro do material que seria perdido, enquanto o comprador economiza nestes produtos”, avalia a engenheira. Segundo ela, o cliente tem a opção de adquirir todos os materiais novos, mas quase 100% deles prefere reduzir os custos por meio do reúso.

Esta foi a opção da empresária Patricia Müller. Ela contratou a empresa para construir a casa da família no Condomínio Alphaville Andorinhas, em Pinhais, e conta que uma de suas preocupações era o que faria com todos os equipamentos e materiais que vão sobrar da obra. “Fizemos várias cotações e a oferta do sistema foi um dos fatores que pesaram na nossa decisão. O custo destes materiais não é barato e com o reúso eu economizo, além de me livrar do problema e receber uma parte dos gastos de volta”, diz. Na compra de furadeiras e serras circulares para a obra, por exemplo, a empresária saiu de um orçamento de cerca de R$ 1,5 mil e pagou R$ 738 pelos equipamentos dentro do sistema.

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