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Marina mostra o teto recém-reformado no cômodo que mais sofria com a infiltração | Aniele Nascimento/ Gazeta do Povo
Marina mostra o teto recém-reformado no cômodo que mais sofria com a infiltração| Foto: Aniele Nascimento/ Gazeta do Povo

Umidade

Dicas contra a umidade e o mofo

- A ventilação é a maior inimiga da umidade. Para que seja eficiente é necessário promover a ventilação cruzada, mantendo janela e porta abertas para que haja diferença de pressão e troca de ar.

- Se você está construindo ou reformando, dê atenção especial à impermeabilização. O investimento evitará transtornos futuros.

- Ao primeiros sinais de umidade em paredes, teto ou piso, busque descobrir as causas e providencie o conserto. Para não gastar dinheiro com soluções paliativas, o melhor é pedir a ajuda de um profissional que investigue e aja com segurança.

- Prefira móveis que utilizam no interior materiais que absorvem menos umidade, como o MDF, e evite encostar os armários na parede. Também é aconselhável manter as portas abertas para ventilação.

Fonte: Susana Fischer e Patrícia Vertuan de Oliveira, arquitetas, e Ana Virgínia Sampaio, professora de Arquitetura e coordenadora do Laboratório de Conforto Ambiental da UEL.

Em busca da luz natural

Bonita, saudável, gratuita e ajuda a combater a umidade. Há muitas vantagens em aproveitar a iluminação do sol. Seja através da ampliação de vãos de esquadrias, aberturas de rasgos nas paredes ou amplas interligações entre o interior e o exterior, deixar o sol entrar em casa é recomendável para a manutenção da saúde da residência.

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  • Filetes de pedra São Tomé compõem parte da decoração e retêm a umidade

Manchas nas paredes, pintura descascada, piso descolando e a sensação de que a casa está úmida e fria. Se as consequências são bem conhecidas, as causas da umidade são diversas e merecem estudo detalhado para tratar e acabar com o des­­­conforto."Umidade tem a ver com a questão do clima. Se a edificação é feita em uma cidade muita úmida é preciso ter cuidados na hora de projetar, estimulando a ventilação que é a principal arma para a dispersão do vapor da água, evitando a umidade", diz Ana Virgínia Sampaio, coordenadora do Laboratório de Conforto Ambiental da Univer­­sidade Estadual de Londrina (UEL). Estudar o ambiente externo, entendendo a posição do terreno em relação ao sol e tentando captar a brisa dominante é o principal aspecto a ser levado em conta no projeto, defende a professora. "Uma edificação no centro da cidade onde há muita barreira para o vento, pedirá a criação de uma ventilação com efeito chaminé (quando há diferença de temperatura entre o ar externo e o ar no interior do ambiente, promovendo a troca de ar pela diferença de pressão)", afirma.Apenas atentar para a ventilação não é suficiente, os problemas de umidade podem vir do solo, de instalações hidráulicas deficientes e mesmo de problemas na construção vizinha. "Para conter as infiltrações é preciso promover a correta impermeabilização, porque os materiais empregados nas obras – concreto, tijolos, argamassas – são porosos por natureza e permitem a penetração da umidade", diz Eliene Ventura, coordenadora técnica da Vedacit/Otto Baumgart, empresa especializada em materiais para impermeabilização.

As infiltrações severas causadas pela má ou pela falta de impermeabilização podem danificar a estrutura do imóvel. Cláudio Geraldo Giovannoni Slosaski, professor do curso de pós-graduação em Pato­­­logias das Construções da Univer­­­­sidade Tecnológica Federal do Pa­­­raná (UTFPR), explica que a im­­­­per­­­meabilização garante a qualidade, durabilidade, conforto e salubridade da edificação.

"A impermeabilização das fundações é uma das etapas da construção que apresenta o melhor custo-benefício. Representa 1% do valor da obra e, se for deixada de lado, pode levar embora de 10% a 15% desse valor em reparos", aponta.

Resultados garantidos dependem de um projeto adequado, bons materiais e uma construção de qualidade, ressalta Sérgio Pousa, presidente do Instituto Brasileiro de Impermeabilização (IBI).

A falta de impermeabilização durante a construção da casa obrigou as arquitetas Fernanda Me­­­nosso e Rose Raitani a promover uma reforma na residência de Tânia Mara Couto, que sofria há muito tempo com infiltração em vá­­rias paredes, especialmente na sala de jantar. "Quase todas as paredes acabam fazendo bolha próximo ao rodapé", conta Fernanda. Outro agra­­­vante é a falta de ventilação em vários ambientes.

As paredes com mais sinais de umidade fazem divisa com um terreno em aclive, onde a umidade da terra infiltra e cria bolhas, descascando a tinta e estragando o visual, comenta Fernanda.

Antes de chegar à solução final foram várias as tentativas. "A princípio, não queria quebrar a parede até chegar ao tijolo, mas depois de apenas refazer a pintura e nada adiantar, fiquei convencida de que era a única alternativa", diz Tânia.

O processo de reforma incluiu descascar a parte mais úmida, aplicar impermeabilizante nos tijolos e quatro camadas de argamassa plástica com impermeabilizante. "O segredo foi deixar secar muito bem cada uma das camadas", lembra Fernanda.

Na parede principal da copa as arquitetas sugeriram o revestimento de filetes de pedra São Tomé. "Ela absorve a possível umidade que ainda ocorra e tem um ótimo acabamento", argumenta a arquiteta. A outra parede e o pilar receberam pintura em tinta látex, mas passaram por todo o processo de reforma. A obra completa durou 20 dias e teve custo de R$ 1.700 in­­­cluindo material e mão de obra.

Tentativa e erro

O diagnóstico de um problema de infiltração requer paciência e habilidade. "Não há outra forma senão eliminar hipóteses, começando pela mais provável", diz a arquiteta Marina Rodrigues.

Há pouco mais de um mês ela conseguiu solucionar a infiltração que enfrentava há dois anos na cobertura onde mora. "Foi um sufoco, gastei muito dinheiro até encontrar o foco. Perdi alguns móveis e parte do piso", lembra. Marina relata que em um primeiro momento considerou que a umidade era decorrente da chuva, mas as tentativas de soluções paliativas não surtiram efeito. "Depois, quebrei e troquei a manta asfáltica de toda a parte superior do apartamento, fiz um teste de estanquidade (deixando água sobre a manta por cinco dias), que parecia estar certo, mas em pouco tempo o problema voltou."

Depois de vários testes, ela chegou a conclusão que o problema estava no apartamento vizinho. "Parte da água da chuva que deveria ser escoada pelo cano do vizinho, passava por fora do cano e caia direto do nosso lado, assim nossa calha não vencia. Foi preciso arrumar a calha do vizinho, isolar os canos e reformar a manta asfáltica do chão do apartamento dele", explica Marina, alertando que em casos como esse é preciso ter uma dose de paciência e habilidade para negociar.

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