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Barack Obama, presidente dos EUA, e Xi Jinping, presidente da China, em aperto de mão durante encontro na COP21 | KEVIN LAMARQUE/REUTERS
Barack Obama, presidente dos EUA, e Xi Jinping, presidente da China, em aperto de mão durante encontro na COP21| Foto: KEVIN LAMARQUE/REUTERS

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse nesta segunda-feira (30) que a cooperação próxima entre os Estados Unidos e a China no tema da mudança climática é vital nos esforços mundiais para desacelerar o aquecimento global, mesmo tendo admitido as persistentes diferenças com o presidente chinês, Xi Jinping, em questões como a segurança cibernética e a marítima.

Em Paris para a conferência climática COP 21, Obama disse que em nenhuma outra área a coordenação com Pequim tem sido mais crítica e gerado mais frutos que na mudança climática. Segundo ele, a liderança de Washington e Pequim levou 180 nações a fazer seus próprios compromissos para reduzir emissões, antes das conversas de Paris. “Nossa liderança neste assunto tem sido vital”, afirmou Obama.

“Luta climática está relacionada com combate ao terrorismo”, diz Hollande

As lutas contra o terrorismo e o aquecimento global têm uma ligação forte, disse o presidente da França, François Hollande, à medida que líderes mundiais se reúnem em Paris para conversas sobre as mudanças climáticas duas semanas após ataques de militantes islâmicos na capital francesa.

Hollande também reiterou que qualquer acordo para tentar manter o aumento das temperaturas globais abaixo de 2 graus Celsius precisaria ser “universal, diferenciado e obrigatório”, com países ricos contribuindo mais do que os pobres.

“Não posso separar a luta contra o terrorismo da luta contra o aquecimento global”, disse Hollande, durante a abertura das conversas.

“Esses são dois grandes desafios globais que temos que encarar, porque temos que deixar para nossas crianças mais do que um mundo livre do terror, também devemos a elas um planeta protegido de catástrofes”, acrescentou.

A paz mundial está no centro das conversas, disse.

Após o encontro entre Obama e Xi, a Casa Branca disse que Obama pediu que a China cumpra acordos sobre a segurança cibernética feitos durante a visita de Xi aos EUA em setembro. O presidente norte-americano também encorajou Xi a avançar com reformas econômicas que deixem a competição mais justa no mercado chinês.

Xi disse que as preocupações globais tornam ainda mais importante que China e EUA trabalhem juntos. “A economia mundial se recupera lentamente, o terrorismo está em alta e a mudança climática é um grande desafio. Há mais instabilidade e incerteza nas situações internacionais”, afirmou o líder chinês.

A reunião entre Obama e Xi no início da conferência climática de Paris foi pensada para ressaltar a necessidade de que todas as nações se unam em um forte compromisso contra a mudança climática. A China emite cerca de 30% de todas as emissões de gases causadores do efeito estufa no mundo e os EUA emitem 16% desse total.

No início do dia, o Departamento do Estado dos EUA anunciou que o país estava comprometendo US$ 51 milhões para um fundo global de ajuda aos países mais pobres para se adaptar à mudança climática. No total, EUA, Alemanha, Canadá, Itália e outros países já anunciaram US$ 248 milhões para esse fundo.

Conferência

Para lidar com as ameaças do aquecimento global e também da violência dos extremistas, 151 líderes mundiais iniciaram nesta segunda-feira um período de duas semanas de conversas sobre o clima nas proximidades de Paris. As lideranças dizem que, ao buscar um acordo ambicioso para cortar emissões que aquecem o planeta, podem mostrar aos terroristas o que os países podem fazer quando se mantêm unidos.

A reunião ocorre em um momento sombrio para a França, pouco mais de duas semanas após militantes ligados ao Estado Islâmico matarem 130 pessoas em Paris. O medo de novos ataques levou a um reforço na segurança e à proibição de protestos de ambientalistas -- o assunto ameaça, além disso, eclipsar as preocupações de prazo mais longo com a alta do nível dos mares e o clima cada vez mais extremo, ligado ao aquecimento global de responsabilidade do homem.

Dezenas de líderes foram a Paris, entre eles o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que prestou homenagem às vítimas dos ataques do dia 13. Na noite de ontem, Obama colocou uma flor diante da casa de shows onde dezenas de pessoas foram mortas.

Reunidos para as conversas perto do aeródromo Le Bourget, logo ao norte da capital da França, os líderes fizeram um momento de silêncio pelas vítimas de ataques recentes na França, no Líbano, no Iraque, na Tunísia e no Mali.

“Nós estamos ao lado de Paris”, disse a chefe da agência de clima da Organização das Nações Unidas, Christina Figueres. “A cidade luz, agora mais do que nunca, é um farol de esperança para o mundo”, discursou. “Os olhos de milhões de pessoas pelo mundo estão voltados para vocês”, disse ela aos negociadores presentes.

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“Nós temos apenas 11 breves dias diante de nós”, disse o ministro das Relações Exteriores da França, Laurent Fabius, que assumiu o posto de presidente das negociações. “O sucesso ainda não está garantido, mas está ao nosso alcance”, afirmou.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e o presidente francês, François Hollande, cumprimentaram os chefes de Estado e governo do mundo, enquanto eles chegavam para as discussões. Os líderes estão fazendo discursos sobre o que seus países têm feito para reduzir emissões e desacelerar a mudança climática.

Rodovias em uma grande área no entorno do Paris, normalmente cheias de carros com pessoas que seguem para o trabalho, foram isoladas para dar passagem para os visitantes ilustres. Policiais estavam posicionados pela capital e na região do estádio nacional, um dos alvos do ataque do dia 13, que fica perto do local do evento ambiental.

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Investimentos

A conferência tem como meta produzir o acordo mais abrangente já conseguido para evitar o aquecimento global. O último grande acordo, o Protocolo de Kyoto de 1997, exigiu apenas que os países ricos cortem emissões, sendo que os Estados Unidos nunca o firmaram.

Um dos vários entraves é o dinheiro -- quanto os países ricos devem investir para lidar com a mudança climática e quando deve ser investido em energia renovável, ou quanto os produtores de petróleo e gás podem perder se os países concordarem em reduzir para sempre suas emissões.

Com isso em mente, pelo menos 19 governos e 28 importantes investidores globais anunciaram bilhões de dólares em investimento e pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia para a energia limpa, com o objetivo de tornar isso mais barato.

Entre os apoiadores estão Obama, o cofundador da Microsoft Bill Gates, o fundador do Facebook Mark Zuckerberg, os bilionários George Soros e o príncipe saudita Alaweed bin Talal, além de Jack Ma, do chinês Alibaba.

Pela iniciativa, 19 países concordam em dobrar seus gastos em energia de baixa ou nenhuma emissão de carbono nos próximos cinco anos. Atualmente, esse gasto é de cerca de US$ 10 bilhões ao ano, cerca de metade disso vindo dos EUA, segundo Brian Deese, assessor sênior de Obama sobre questões de clima e energia.

Gates, o “arquiteto intelectual” do esforço, comprometeu US$ 1 bilhão de seu próprio dinheiro, disse o secretário de Energia dos EUA, Ernest Moniz. Fonte: Associated Press.

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