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O ditador de Cuba, Miguel Díaz-Canel, e seu antecessor Raúl Castro, em janeiro deste ano
O ditador de Cuba, Miguel Díaz-Canel, e seu antecessor Raúl Castro, em janeiro deste ano| Foto: EFE/ Ernesto Mastrascusa

Cuba, que vive sob a liderança do regime comunista de Miguel Díaz-Canel, ultrapassou a marca de 1.090 presos políticos, segundo o mais recente relatório da organização Prisoners Defenders, divulgado nesta quinta-feira (11).

Dentre os detidos, que já somam 1.092, 31 foram presos somente no mês de março, sendo 24 por participarem diretamente das manifestações pacíficas que exigiam por comida e liberdade e denunciavam a violência do Estado cubano.

Segundo o relatório, as cidades de Santiago de Cuba e Holguín, locais onde estavam a maior parte dos manifestantes, registraram o maior número de novos presos políticos.

"Os municípios com o maior número de novos presos políticos devido aos protestos de março são Santiago de Cuba (11) e Holguín (8), havendo também prisioneiros por esse motivo em Artemisa (1), Cienfuegos (1), Havana (1), Las Tunas (1) e Sancti Spíritus (1). 11 desses presos políticos foram detidos em protestos entre 8 e 16 de março, enquanto os outros 13 presos políticos correspondem às manifestações de 17 e 18 de março", diz o documento.

A Prisoners Defenders cita que “quase três anos após as manifestações de 11 e 12 de julho de 2021, que resultaram em milhares de detenções e processos, o povo cubano voltou às ruas para expressar seu repúdio ao regime e exigir liberdade”, no entanto, destaca em seu relatório a brutalidade das forças de segurança cubanas, que, apesar dos esforços para ocultar suas ações – cortando o acesso à internet e evitando registros em câmeras de celulares - agiram com violência contra os manifestantes pacíficos que foram às ruas em março.

O relatório emitido nesta quinta divulgou também dois recentes casos de tortura realizados contra presos políticos que estão em presídios conhecidos pela brutalidade de seus agentes, evidenciando a severidade da repressão que é realizada pelo regime cubano contra dissidentes.

“Como temos denunciado em nossas redes sociais, nos últimos dias, dois prisioneiros políticos foram vítimas de terríveis torturas em duas prisões cubanas conhecidas pela brutalidade de seus guardas: a Prisão Boniato em Santiago de Cuba e a Prisão 1580 em San Miguel del Padrón, em Havana”, cita um trecho do relatório.

“Na quinta-feira passada, 4 de abril, sete guardas da Prisão Boniato em Santiago de Cuba perpetraram uma brutal agressão ao prisioneiro político Ibrahim Domínguez Aguilar. Segundo um companheiro de cela, enquanto algemado, ‘eles o jogaram no chão, colocaram o pé em sua cabeça, bateram em seu rosto, deram-lhe muitos socos..., depois tiraram as algemas como se nada tivesse acontecido’”, acrescenta.

A Prisoners Defenders diz que a situação dos presos políticos em Cuba é alarmante neste momento. Nas cadeias para onde foram mandados, eles sofrem com espancamentos, recusa de água, comida, e condições desumanas.

Segundo a organização, todos os prisioneiros políticos cubanos já foram torturados durante o cumprimento de suas penas injustas, sendo que 80% deles sofreram mais de cinco tipos de tortura ao mesmo tempo.

No relatório, a organização insta a comunidade internacional a refletir sobre o que classifica como crimes do Estado cubano e a tomar medidas firmes contra um regime que, segundo a Prisoners Defenders, “por 65 anos, tem cometido crimes contra a humanidade”.

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