O governo da Venezuela barrou, nesta quinta-feira (19), a posse de governadores em cinco estados por não acatarem o poder supremo da Assembleia Constituinte. O presidente Nicolás Maduro substituiu esses governadores eleitos durante o pleito de domingo (15) por aliados. Ainda nesta quinta, a oposição revelou as primeiras evidências que podem provar que houve fraude eleitoral no estado de Bolívar. Candidatos ligados Maduro venceram eleições para o governo em 17 dos 23 estados do país.
"Quem não se submete à autoridade da Assembleia Nacional Constituinte não pode assumir. É simples, tem que acatar sim ou sim", disse Maduro, em discurso em rede nacional de rádio e televisão. Ele ainda declarou que pode mandar prender os governadores da oposição se tentarem assumir seus cargos à força.
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Em contrapartida ao veto, a coalizão opositora apresentou cópias de comprovantes de 11 urnas eletrônicas que relevam que houve disparidade nos números apurados em Bolívar. O anúncio dos resultados da eleição foi feito pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), que é controlado por partidários de Maduro.
Cálculos do analista eleitoral Eugenio Martínez, da Universidade Católica de Caracas, mostram que o candidato governista Justo Noguera obteve, no pleito de Bolívar, 2 mil votos a mais do que mostram os comprovantes. Noguera venceu a disputa com o oposicionista Andrés Velásquez por uma diferença de 1,5 mil votos.
"Nós os pegamos com a mão no pote de geleia", disse o oposicionista Andrés Velásquez no Twitter.
A presidente do CNE, Tibisay Lucena, disse na quarta-feira (18), que as eleições de domingo foram "impecáveis", e Maduro afirmou que a Venezuela "tem o sistema eleitoral mais perfeito do mundo".
Juízes venezuelanos têm asilo no Chile
O Chile recebeu, nesta sexta-feira (20), quatro juízes venezuelanos que se opuseram ao governo de Maduro. Os juízes nomeados pela Assembleia Nacional, controlada pela oposição, se refugiaram na embaixada chilena em Caracas, em agosto, e tiveram o asilo concedido mais tarde.
Eles estavam entre os 33 juízes empossados no dia 21 de julho pela Assembleia Nacional, controlada pela oposição, em desafio à Suprema Corte venezuelana. Na época, a instituição declarou a nomeação inconstitucional e disse que os juízes poderiam ser presos por tentar usurpar o poder e trair a nação se eles tivessem tomado posse.
Com informações da Associated Press.
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â Ideias (@ideias_gp) September 6, 2017
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