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Luis Muñoz, 82, durante jogo no Flushing Meadows, Queens | Bryan R. Smith/The New York Times
Luis Muñoz, 82, durante jogo no Flushing Meadows, Queens| Foto: Bryan R. Smith/The New York Times

Naquele domingo, como de costume, Luis Muñoz estava nos lotados campos de futebol de Flushing Meadows-Corona Park, no distrito de Queens. No entanto, ele não circulava entre os jogadores carregando uma bola, mas, sim, uma câmera.

Muñoz, 82, é o último de uma longa linhagem de fotógrafos cujo ganha-pão é oferecer retratos aos milhares de futebolistas, em sua maioria imigrantes latino-americanos, que acorrem ao parque nos fins de semana.

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Por 44 anos, Muñoz circulou por esses campos, tirando fotos de times, acompanhando jogadores para fotografar seus lances e testemunhando as ondas de imigração latino-americana que varreram o bairro.

Ele perdurou enquanto outros fotógrafos desapareciam.

Don Lucho, como Muñoz é conhecido, tem um truque para afastar os novatos.

Ainda que normalmente imprima as fotos em seu estúdio caseiro depois do final de semana, se um intruso aparece, ele corre ao seu apartamento perto do parque e tem uma cópia da foto pronta ao final da partida.

“Todos eles foram embora”, diz sobre seus competidores. “Ficam duas semanas. E depois se vão”.

Hoje em dia, cerca de cem times jogam em Flushing Meadows. (Isso sem contar os times juvenis, que jogam nos sábado de manhã.)

Quando Muñoz começou a fotografar no parque, por volta de 1971, havia cerca de dez times, formados principalmente por equatorianos como ele. Os jogadores faziam vaquinhas para comprar gols portáteis e uma máquina para pintar com giz, sobre a terra, as linhas do campo.

Muñoz descobriu os campos de futebol quando encontrou na rua um amigo equatoriano, que pediu que ele fotografasse o seu time. “Daquele momento em diante, comecei a fotografar no parque”, conta. Durante a semana, por 30 anos, ele trabalhava para uma companhia de transporte, “e no sábado e domingo eu ia ao parque”.

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Em 1980, surgiram as primeiras ligas de futebol amador por lá, e mais jogadores sul-americanos começaram a chegar, da Colômbia, da Argentina e do Peru, conta Muñoz. Depois veio o influxo de jogadores da América Central, especialmente de El Salvador e da Guatemala. Hoje, ele diz, “a imigração mexicana esmagou todas as outras. Há nove campos de futebol, e se você perguntar a qualquer jogador de onde ele vem, ele responderá que é do México”.

Humberto Lopez, operário da construção civil, de Tlaxcala, México, disse que tem uma foto de Muñoz, a de seu time, emoldurada na parede de casa. Outros dizem que compram fotos dele para enviar a mulheres e parentes como recordação da vida em NY.

Enquanto o sol subia no céu de junho, Muñoz caminhava de um campo a outro. Ele não joga futebol desde que era moço.

Ao final de uma partida, e enquanto novos jogadores começavam a se reunir nas laterais para entrar em campo em seu horário, Muñoz caminhou até eles: “Muito bem, cavalheiros”, perguntou.

“Quem quer uma foto?”

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