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Ministra da Segurança da Argentina detalhou atividades do Hezbollah no seu país, no Brasil e no Paraguai em evento empresarial em Santiago nesta quinta-feira (25)
Ministra da Segurança da Argentina detalhou atividades do Hezbollah no seu país, no Brasil e no Paraguai em evento empresarial em Santiago nesta quinta-feira (25)| Foto: EFE/Elvis González

A ministra da Segurança da Argentina, Patricia Bullrich, detalhou nesta quinta-feira (25) no Chile como o grupo terrorista libanês Hezbollah atua na região da Tríplice Fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina, onde faz lavagem de dinheiro – atividades amplamente documentadas por investigações policiais brasileiras.

“Eles usam o PCC [Primeiro Comando da Capital] do Brasil, usam organizações argentinas e paraguaias que realizam sequestros, roubos e tráfico de drogas. E compram e lavam dinheiro”, disse Bullrich em um fórum no Encontro Nacional de Negócios (Enade) 2024, em Santiago do Chile.

Bullrich, que também é secretária de Estado da Argentina, afirmou que são usadas “organizações de fachada”, enquanto os operadores aparecem como “comerciantes ou empresários da região”.

“Talvez por isso, nós, argentinos, temos uma sensibilidade especial, porque na semana passada nosso mais alto tribunal criminal da Argentina acabou de emitir uma decisão dizendo que o Irã agiu na Argentina como um Estado terrorista. E que sua ferramenta era o Hezbollah”, disse.

“Mas o mesmo pode estar acontecendo com outras organizações, que estão aparecendo com um nível de sofisticação e planejamento típico de contextos ligados às Forças Armadas”, acrescentou.

A decisão judicial a que Bullrich fez referência foi proferida pela Sala II do Tribunal Federal de Cassação Criminal da Argentina, que atribuiu ao Irã este mês a responsabilidade pelos dois maiores ataques terroristas da história do país sul-americano: o atentado em Buenos Aires que matou 85 pessoas em 1994 na sede da Associação Mutual Israelita Argentina (Amia) e o ataque à Embaixada de Israel dois anos antes, que havia deixado 29 mortos.

Os magistrados concluíram que os atentados foram praticados pelo Hezbollah “sob a inspiração, organização, planejamento e financiamento de organizações estatais e paraestatais subordinadas” ao Irã.

A decisão abre caminho para que Estados e parentes das vítimas processem Teerã em cortes internacionais.

Na terça-feira (23), o Ministério das Relações Exteriores da Argentina informou que o governo de Javier Milei pediu a prisão internacional dos responsáveis ​​pelo atentado à sede da Amia e destacou a reivindicação de que seja preso o ministro do Interior iraniano, Ahmad Vahidi.

A chancelaria argentina fez pedidos específicos aos governos do Paquistão e do Sri Lanka, onde Vahidi cumpre agenda esta semana.

Na semana passada, o presidente do Chile, Gabriel Boric, convocou o embaixador da Argentina em Santiago, Jorge Faurie, para protestar contra declarações de Bullrich sobre a suposta presença do Hezbollah na cidade de Iquique, no norte do país.

A ministra pediu posteriormente desculpas e não se referiu a esse episódio no evento desta quinta-feira. (Com Agência EFE)

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